Ganhei, esta semana, o livro “Nunca subestime uma mulherzinha”, da Fernanda Takai. Logo depois, fui convidada (como resposta aos meus e-mails) a colaborar com o Monalisa de Pijamas para falar sobre música.
Pronto! Está aí meu primeiro assunto!
Comecei a ler o livro esperando, mas não querendo esperar. Explico: gosto tanto da Fernanda Takai que no meu player tem uma playlist só dela, que eu fico ouvindo às vezes o dia inteirinho. Logo, espero que a moça escreva bem. Mas prefiro não esperar, para não me decepcionar.
E me surpreendo: os contos e crônicas publicados por ela nos jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas, e que foram reunidos neste livro, são envolventes, doces e fofos, assim como sua voz.
A musicista de 37 anos, formada em Comunicação pela UFMG, nasceu no Amapá e foi criada em Belo Horizonte. Já lançou 9 discos e 3 DVDs. Em 2001, entrou na lista das 10 melhores cantoras do mundo, publicada pela revista Time. Também gravou, em 2007, seu disco solo, Onde Brilhem os Olhos Seus, no qual canta músicas do repertório de Nara Leão. E além de tudo isso mantém um blog, é casada com John Ulhoa (guitarra, violão, programação, voz e cavaquinho da Pato Fu) e é mãe da Nina, de quatro anos. Uma super-mona!
Crédito da foto: Rafael Motta / BH
Fernanda tem um timbre de voz que me agrada muito. É suave, despreocupado, doce. Dá a impressão que ela abre a boca e a voz sai sem querer, simples assim. Faz com que me lembre uma professora de canto que tive e que dizia sempre: “Pense e confie!”, defendendo a idéia de que pra cantar não é necessário e nem saudável fazer qualquer esforço. Ela também consegue cantar rock com voz aguda, coisa que, na música popular, só vi acontecer no samba. E fica fantástico.
Mas o que mais gosto nas músicas dela? Essa combinação entre forte e fraco, pesado e leve, feio e bonito. A utilização de guitarras, efeitos eletrônicos e sons pesados aliada ao seu timbre de voz bastante característico cria um som interessante e divertido, pesado mas agradável. Além das letras cheias de bom humor, claro.
Poucas pessoas conhecem algo além das baladas, como Eu, Sobre o Tempo, Depois ou Canção pra Você Viver Mais. Todas lindas. Mas vale a pena escutar esse outro lado contrastante de Fernanda Takai.
Rotomusic de Liquidificapum, do primeiro álbum (de mesmo nome) da banda mineira, é a primeira que me vem à cabeça quando penso nessa mistura. Quando a música é pesada, a letra é doce. E quando a música é doce, a letra fala de morte. Será que “excêntrica” é uma boa palavra para a banda?
Não vou começar a dar dicas de músicas da banda aqui, porque sou suspeita. Só digo, em alto e bom som: conheçam Fernanda Takai e sua produção. Ela é uma das melhores musicistas brasileiras da atualidade.