Deixe seu cão ser um cão
Por Rachel Barbosa - 26 de abril de 2009. Categorias: animais.
Em primeiro lugar quero pedir desculpas aos leitores e à equipe por não ter publicado a coluna ontem. Acabei chegando tarde em casa.
Sábado é meu dia de trabalho no pet shop, e aquele lugar é uma excelente fonte de temas para esta coluna.
Ontem atendi duas clientes que se queixaram dos comportamentos dos seus cães. Uma achava que a cadela está ficando esclerosada porque voltou a destruir móveis e sapatos, coisa que fazia quando era filhote. A outra estava procurando um adestrador porque o cão destrói objetos em casa quando fica sozinho. Posso garantir que os dois cachorros estão apenas apresentando comportamentos normais para os contextos em que vivem.
As pessoas gostam de bichos e os querem por perto, mas sem ter que alterar suas rotinas diárias. O resultado disso são animais com excesso de energia acumulada, que procuram meios (inapropriados) para gastá-la.
Os dois cães que falei passam o dia sozinhos em casa, além de serem de raças com altos níveis de energia: um beagle e um daschund. As duas donas chegam em casa muito cansadas e sem disposição para passearem com os pets. Se você passasse o dia trancado em casa, o que faria para gastar energia?
E não é apenas nesse aspecto que as pessoas atrapalham os cães e os impedem de serem cães.
Costumava levar meus cachorros ao ParCão da Lagoa, no Rio de Janeiro, uma área cercada em que os peludos podem interagir com outros da espécie, sem coleiras ou guias. A idéia é que naquele lugar os cães possam ser cães. No entanto, várias vezes vi donos achando ruim com seus bichos por ficarem cheirando os bumbuns dos outros bichos! Um cachorro só conhece outro dessa forma. Para eles é como apertar a mão e se apresentar: olá, eu sou Fulano.
Desde que li o livro O Encantador de Cães, me tornei fã do Cesar Milan, um adestrador mexicano que construiu uma carreira de sucesso nos Estados Unidos. Ele tem um programa no Animal Planet (nas 3ªs feiras, às 22 horas), em que mostra e soluciona casos de cães com desvios de comportamento. Ele sempre diz que não é o pet que tem um problema, e sim o dono. Atitudes erradas dos donos criam desvios de comportamento nos cachorros. A técnica que ele emprega com mais freqüência é a caminhada. Por descenderem dos lobos, os cães necessitam caminhar. Os lobos caminham várias horas por dia em busca de alimento, e os cães trancados em apartamentos não podem satisfazer essa necessidade básica. Andando o animal gasta energia e o dono tem a chance de estabelecer liderança sobre ele.
Por experiência própria, sei que gastar energia resolve um monte de problemas. Tenho dois machos adultos em casa e as pessoas sempre me perguntam na rua se eles não brigam, para depois ficarem surpresas quando digo que não. No entanto, quando chove por vários dias seguidos e não posso levá-los para passear, os ânimos ficam mais acirrados. Eles se provocam mutuamente, disputam brinquedos e atenção. Quando os levo para caminhar, voltam cansados demais para procurar confusão.
Portanto, em vez de ficar reclamando do seu peludo que destrói coisas em casa, comece a exercitá-lo. Inicie com caminhadas curtas e vá aumentando o tempo gradativamente. Você e ele vão se beneficiar.
30 de abril de 2009 às 8:52
puts realmente tem razãoo… desde que comecei interagir mais com meu cachorro levando para passear, e brincar, ele parou de comer meu chinelo e fazer xixi e coco dentro do quintal.
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10 de maio de 2009 às 0:44
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