Meu cachorro me ensinou
Por Rachel Barbosa - 25 de outubro de 2009. Categorias: animais.
Ensinei muitas coisas ao meu cachorro. Ensinei a buscar, sentar, deitar, fingir de morto. Ensinei a dançar, dar a pata e encontrar o biscoito.
Meu cachorro me ensinou uma coisa mais importante que todas essas. Meu cachorro me ensinou a auto-superação.
Quando conheci o agility não tinha cachorro. Quando ganhei o Galileu, resolvi que nós praticaríamos o esporte. Não perguntei a ele se queria, se gostava, se tinha jeito para agility. O pior é que não tinha, mas só descobri isso muito mais tarde. Esse é um esporte que pode ser praticado por qualquer cão em bom estado de saúde, mas o cão que tem jeito para a coisa é aquele com nível de energia alto, com acentuado instinto de caça, e bastante ligado ao dono. Galileu não tinha nada disso. Era independente demais, incapaz de caçar qualquer coisa e com nível de energia médio. Foi aí que ele se revelou um verdadeiro campeão em auto-superação.
Há pouco tempo o adestrador dele disse que ensinar o Galileu a fazer agility foi como “tirar leite de pedra”. Ele era desatento, não se concentrava, não prestava atenção em mim, preferia brincar com qualquer cachorro do que treinar comigo. A única coisa que ele tinha de sobra era facilidade para entender o que devia fazer nos obstáculos. Bastava uma repetição para que houvesse entendido que devia saltar a vara, não passar por baixo ou pelo lado. Mas entender não significava que ele estava disposto a fazer.
Quando participamos da primeira competição, fiquei muito chateada por termos sido eliminados. O adestrador e os colegas de escola me deram os parabéns porque o Galileu não havia fugido de mim na pista. Na época achei que isso não era mérito algum. Hoje reconheço que foi uma grande coisa para aquele cão.
Após a primeira prova fomos eliminados em várias outras. Mas o Galileu nunca terminava uma pista chateado. Fosse qual fosse o resultado, ele comemorava saltando em mim. Graças a ele, não desisti, até que finalmente terminamos uma pista sem ser eliminados. Custei a acreditar que fosse verdade quando me disseram.
Nas competições seguintes ganhamos muitas medalhas e no final do campeonato Galileu foi Campeão Carioca na categoria Iniciantes. Quem viu o início do treinamento daquela bolinha de pelos desatenta não acreditaria que ele chegaria a Campeão Carioca.
Com a passagem para o Grau 1 surgiram novos problemas. Quando comecei a competir também com o Bruno, quis desistir de competir com o Galileu. Bruno é cheio de energia, determinado e obstinadamente focado em mim. Já na primeira prova ficou em segundo lugar. Quem me convenceu do contrário foi o adestrador, claro que minha imensa paixão pelo Galileu contribuiu também. Continuamos treinando. O treinamento nunca termina. Quando resolvemos uma dificuldade, surge outra.
Ultimamente nosso maior problema é o slalon, uma sequência de varas alinhadas pelas quais o cão deve passar fazendo um zig-zag. Se o cão erra a entrada ou alguma passagem no meio, deve voltar à primeira vara. O Galileu sempre errava a entrada, às vezes duas ou três vezes, e errava passagens no meio. Como tínhamos que refazer, acabávamos ultrapassando o tempo máximo da pista e sendo eliminados por tempo. Mudamos o treinamento e no último domingo, mal pude acreditar quando o vi entrar e sair do slalon sem cometer uma única falha!
Fiquei muito, mas muito orgulhosa do meu cão e achei que ele merecia esse reconhecimento público por me ensinar a não desistir, porque a gente sempre pode melhorar. Obrigada, Galileu.
Rachel Barbosa
http://rachelbarbosa.com.br
15 de novembro de 2009 às 20:50
Três vivas ao Galileu! heheh
Mas, falando sério, no início eu tinha um certo grau de preconceito por estas competições, achava que era “coisa de madame”. Mas como todos amadurecemos (aomenos deveriam), hoje, revendo isto, acho que estas competições são uma boa forma de proporcionar uma atividade lúdica para os cães, além dos exercícios físicos às vezes ignorados por muitos donos e tão necessários à saúde dos bichinhos.
Além disto, é uma atividade lúdica também para os donos e uma forma de melhorar o relacionamento com o seu amigo canino.
Hoje eu apoio e até incentivo os donos de cães que eu conheço a praticarem Agility.
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19 de dezembro de 2010 às 12:44
http://minhacachorramilk.blogspot.com/
visita lá
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14 de dezembro de 2011 às 7:30
Olá Rachel, eu estou em busca de locais que fazem agility aqui no RIO pra zona oeste, barra, recreio ou vargens!
Eu encontrei esse seu post porque estou procurando freneticamente por agility na internet.
A minha cadela Filomena é mto esperta e rápida! Td mundo do condomínio fica impressionado com a rapidez dela e a energia! Eu acho um desperdício não treiná-la! Sei que ela vai amar!
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