Mas se não tê-los, como sabê-los?
Por Phoebe - 17 de setembro de 2008. Categorias: Sem categoria.
Eu sempre fui do tipo de pessoa que enjoa das coisas com facilidade. Aquela boneca linda, presente do Papai Noel, era logo deixada de lado após alguns meses de brincadeiras diárias. Na fase áurea da minha paixão pelo MSN, chegava a conversar com dez janelinhas pipocantes ao mesmo tempo, até que, do dia para a noite, enjoei e hoje chego a passar meses sem conectá-lo. O Orkut também já roubou de mim uma fase intensa de “amor febril”, quando eu passava horas nas minhas comunidades preferidas, respondendo a todos os tópicos, até mesmo aqueles considerados inúteis, dignos de serem respondidos com uma receita de bolo (sou adepta do lema “Receitas em tópicos inúteis”). Mas isso passou também e hoje eu mal consigo retribuir os recados que enviam para mim.
Sendo assim, um dos meus piores pesadelos era imaginar que eu nunca poderia ser mãe, pois certamente acabaria enjoando dos meus filhos do dia para a noite, assim como enjoava das minhas bonecas. “E quando eu não quiser mais brincar de ser mãe, o que farei com a criança? Não dá para simplesmente guardá-la dentro do armário”!
Mas, por sorte, não é assim que funcionam as coisas. Ter um filho é como viver eternamente em um parque de diversões infinito, em que você sempre encontra algo novo para se distrair e continuar brincando sem o menor perigo de enjoar daquilo tudo.
Se me perguntassem hoje qual o grande barato de ter filhos, eu teria uma resposta na ponta da língua: porque, a cada filho, você ganha um novo par de olhos para enxergar o mundo sob perspectivas diferentes das suas, ao mesmo tempo em que ganha um mini-espelho para enxergar a si próprio – afinal, as crianças nada mais são do que o espelho dos seus pais, seja isso bom ou ruim.
Hoje eu tenho uma boneca que tira fotos de verdade, ajoelhando-se no chão para capturar a melhor imagem, fazendo suas próprias composições de fotos (“agora você fica do lado do vovô”, “agora vira o rosto assim, mamãe!”), em um retrato fiel daquilo que eu sou e faço. A minha boneca-espelho está apenas reproduzindo a minha mania de brincar de fotógrafa amadora.
E quem seria louco de enjoar dessa maravilha?
Beijos da Phoebe!
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Já votaram no Monacast?
17 de setembro de 2008 às 13:40
Perfeita esta reflexão. Muito legal mesmo! Isso me lembra um fato que ocorreu comigo.
Dizem que o bom filho, será bom marido, bom irmão, bom pai, etc…
Certa vez, conheci uma menina e futucando o seu orkut vi que ela participava da comunidade “Eu odeio minha mãe” e me veio aquela decepção. Decepção sim, pois quem não ama a mãe não ama a sí próprio…
Então resolvi pesquisar para ver se encontrava a comunidade “Eu odeio meu filho(a)” e como resultado, no máximo encontrei “Eu odeio o pai do meu filho”. Ou seja… Já dizia o poeta:
“Você culpa seus pais por tudo… E isso é um absurdo… São crianças como você… O que você vai ser, quando você crescer”
Valeu!
Bjos
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17 de setembro de 2008 às 13:49
Muito bom, Phoebe! É por isso que tenho identificação com você, porque em muitas das suas palavras você consegue sintetizar e escrever de uma maneira única os meus pensamentos. (não sei se soube explicar… rsrs)
Agora, só espero que você não fique enjoada de gravar conosco o Monacast. Vou pedir pra Euba um sal de frutas.
Beijos da Mafalda
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17 de setembro de 2008 às 13:54
Agora foi o estopim… Quero ter ‘meus espelhos’…
Que venham os meus filhos…
Não ainda é cedo…
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17 de setembro de 2008 às 15:16
Adorei a matéria
Ri um pouco na hora que diz, e quando enjoar dos meus filhos… vou guardar numa caixa, o que faço?
engraçado pensar assim, .. por enjoar das coisas
Mais tbém muito fofa a descrição que faz de sua boneca(filha).
Dá até vontade de ter uma boneca real …(birincadeira, porenquanto não)
e concordo com a Mafalda, espero que não enjoe de gravar o MonaCast com ela e a Euba.
Beijos
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17 de setembro de 2008 às 18:53
Falou e disse Phoebe!
Na condição de pai recente (minha primeira filha vai completar 6 meses), consegui identificar na paternidade muinto daquilo que vc escreveu.
Apesar de não ter superado completamente o choque dos 3 primeiros meses, hoje não consigo mais imaginar minha vida sem a Julia.
Filhos, por que tê-los? Porque são a experiência mais incrível que se pode viver!
Beijos.
Giordano
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18 de setembro de 2008 às 0:14
Simplesmente Fantástico…..Respondeu a pergunta que está há algum tempo no capacitando.
http://capacitandoofluxo.wordpress.com/2008/06/03/qual-o-significado-de-um-filho/
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18 de setembro de 2008 às 8:28
ow Phoebe que post legal.
Parabéns pela bonequinha e que ela te dê muitas alegrias.
Beijos e um ótimo fim de semana.
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18 de setembro de 2008 às 8:52
Amei isso!
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19 de setembro de 2008 às 11:31
Phoebe
Amei seu texto… parece q foi escrito para mim…. em resposta ao e-mail que lhes enviei (e foi lido) onde comentei sobre o Monacast 2 – Vida Pós Parida.
A definição de qual o barato de ter filhos… tocante e verdadeira… para mim que sou filha (já crescida), imagino se fosse mãe.
Parabéns…
Cris
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19 de setembro de 2008 às 22:27
Que palavras linda Phoebe. Ser mãe deve ser algo maravilhoso.
Eu ainda tenho umas neuras desse tipo. Acho que não vou conseguir ser boa o suficiente ou que não teria a paciencia e atenção que deveria ter.
Não é facil né
Felicidade para vc e sua princesinha
Bjos
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5 de outubro de 2011 às 20:13
Eu também pensava exatamente assim, como boa canceriana gosto de ficar quieta no meu cantinho, sem barulho, ninguém para incomodar, não ligava para bonecas, adoro crianças mas ficava feliz em devolvê-las aos pais rsrs Agora eu entendo: ser mãe é uma cachaça, a gente vicia no cheiro, no sorriso, quando eles choram nos sentimos as pessoas mais importantes do mundo, as salvadoras! tudo passa a ter graça e são diferentes fases, como se fossem vários filhos em um só.
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