A Difícil Arte de Conviver
Por Eubalena - 10 de novembro de 2010. Categorias: Cantinho das Monas.
O ser humano é um animal social, temos a necessidade de viver em bando. Esta necessidade é tão grande que criou-se telefone, celular, MSN, Skype, Orkut, Facebook e até uma rede social só para pessoas lindas.
Viver em sociedade é uma idéia muito interessante: compartilhar, ajudar, ter segurança, espantar solidão…Mas, as pessoas tem opiniões e comportamentos diferentes, e aí está o grande problema.
Viver em sociedade exige jogo de cintura e pés leves para não quebrar os vários ovos pelo caminho.
Como este é um “mundão de Deus, sem porteira”, acabamos nos relacionando com aqueles mais parecidos conosco. É como se o mundo fosse um grande Orkut e cada um escolhesse a comunidade que mais se identifica.
E todos felizes, divididos em suas comunidades, falando sobre seus assuntos, criando seus ídolos e perdedores, se deparam com uma dura realidade: as comunidades não são isoladas, precisam conviver com outras.
E eis que surge um fenômeno que me assusta: a intolerância.
Me peguei pensando nisso quando procurava vídeos para as Torturas da Euba. O que me faz pensar que eu sou melhor que alguém que cante Axé Music ou Funk se eu já me peguei indo até o chão, em dias de severa libação alcoolica, mas fui até o chão.
Somos tão fechados na nossa zona de conforto proporcionada pela comunidade de iguais que vivemos, que esquecemos a nossa civilidade, como os alunos da UNIBAN ou o criador e participantes do Rodeio das Gordas, o infeliz comentário no Twitter sobre os nordestinos. E, em muitos casos, atacamos o que não é bem visto pelo nosso meio.
Claro que isso não é um fenômeno atual, racismo e preconceito religioso, xenofobia, existem desde sempre e sempre lutamos conta ele, mas acabamos repetindo o mesmo erro.
Nós que somos ou seremos pais – e mesmo quem nunca vai ser, mas tem sobrinhos, primos, filhos de amigos – precisamos tentar, com mais afinco, mudar este comportamento. Não é uma tarefa fácil tirar isso que já está incrustado em nossa sociedade há tantos anos, mas precisamos fazer algo.
Esta geração que está crescendo, que já não é a mais bem educada, cresce quase sem limites, com ídolos não muito confiáveis, e ainda recebe muitos exemplos errados de quem é responsável por educá-la.
Não acho que o mundo esteja perdido, só vejo a intolerância tomando conta da situação e nós de braços cruzados. Para criticar, julgar, se mostrar melhor, muitos estão dispostos. Mas tentar acabar com a intolerância, são poucos.
Nunca, em tempo algum, foi fácil conviver. Sempre teremos altos e baixos. Mas conviver sem a intolerância deve ser muito mais fácil.
Euba
10 de novembro de 2010 às 9:42
Texto impecável!
Parabéns!
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10 de novembro de 2010 às 10:09
EUba, concordo em gênero, número e grau.
Nas salas de aula enfrento cada vez com mais freqüência os efeitos da falta de limite e educação, de respeito ao outro. Eu não acredito, infelizmente, ser possível dar a um adulto de 20 e poucos anos, valores e educação que deveriam vir desde o berço.
Todavia, há uma moçada muito legal tb, uma moçada ligada no planeta, no outro, que batalha, que compreende o mundo de outro modo. É neles que renovo minhas esperanças quando anêmicas e fraquinhas….
Beijos
AMEI cada palavra.
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10 de novembro de 2010 às 10:11
EUba, desculpe escrever em seguida, mas me lembrei de algo estarrecedor e que tem a ver com seu texto: vídeos exibidos na Ana Maria Braga com meninas lutando, brigando. São gangues femininas que descem o sarrafo,parecem animais. Dê uma busca no site da Globo, pois é de chorar de desgosto, ainda mais se pensarmos que elas serão as futuras mães do país…
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10 de novembro de 2010 às 10:14
A falta de limites e os exemplos ruins é que deixam a coisa desta forma.
Os valores estão invertidos e volta e meia você lê sobre alunos que agridem professores, crianças matando pais e colegas.
Fora isso, nós mesmos vemos todos os dias exemplos “vindo de cima” desvalorizando a educação seja no ambito escola , seja no ensino de valores em casa.
O comportamento de pessoas que deveriam ser exemplo a ser seguido e na verdade é justamente o oposto.
Mas como ensinar a diferença? O certo e o errado?
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10 de novembro de 2010 às 11:12
Ótimo texto Euba… gostei mesmo!
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