Ele é o cara!
Por Phoebe - 8 de agosto de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.
Como já dizia aquele velho comercial de TV, “não basta ser pai, tem que participar”! Foi-se o tempo em que o pai era aquele sujeito sisudo que passava o dia longe de casa e à noite não podia ser incomodado pelos filhos. Embora ainda existam muitos brucutus pré-históricos que simplesmente ignoram aqueles olhinhos que vivem sob seu teto, hoje em dia o homem já sabe melhor o que é ser pai.
Ele sabe que o tempo anda a passos largos e que em questão de horas aquele bebezinho estará tirando o seu sono novamente, não com chorinhos noturnos, mas com vigílias intermináveis em razão das baladas dos finais de semana. Ele sabe que, ao piscar os olhos, aquela boquinha suja de chocolate estará estudando ou trabalhando em outro país, a milhas e milhas de distância do ninho.
E o que ele faz? Ele simplesmente curte. Carpe diem. Ele curte cada segundinho ao lado dos seus filhos, aproveita com intensidade cada oportunidade de estar ao lado deles. Ele troca fraldas e dá banhos não porque “tem que” dividir com a esposa as tarefas domésticas – filho não é louça aguardando ser lavada. Ele troca fraldas e dá banhos porque gosta de estar com os filhos e sabe que tudo isso passará em segundos, e que daqui a poucos anos sentirá saudade de tudo isso.
Pais assim são os verdadeiros heróis. Eles podem até não saber, mas seus filhos lembrarão por toda a eternidade de todas as vezes em que eles lhes deram de presente o seu precioso tempo. Afirmo isso com conhecimento de causa, pois sou filha de um pai assim. Lembro das vezes em que ele penteou meu cabelo com toda a paciência do mundo, tomando cuidado para que eu não sentisse dor – inclusive criou uma técnica perfeita que hoje eu utilizo com minha filha! Lembro das noites em que ele, milico, chegava em casa morto de cansaço e, antes mesmo de tomar banho, deixava-se ficar na sala, à nossa disposição, pronto para ouvir as nossas histórias e participar das nossas brincadeiras. Havia também os finais de semana. Ao invés de ir para estádios ou bares, ele ia a padarias e bancas de revistas, sempre segurando as nossas mãozinhas, e nos abastecia de doces e gibis. E ainda hoje, mesmo eu já tendo abandonado o ninho há anos, continuo recebendo doses diárias de atenção e carinho – “Fiz para você uma panela de canjica, sua tia disse que ajuda a dar mais leite”.
Assim como eu me recordo de todos os momentos dessa amizade paterna, sei que minha filha também levará no coração a lembrança do seu “papaizinho querido”. Sei que ela lembrará para sempre que o seu pai nunca adiou uma brincadeira sob a alegação de que estava na hora do telejornal. Lembrará das horas intermináveis em que eles ficaram sentados na sala brincando de Polly; das inúmeras vezes em que ele a levou para brincar no parquinho do shopping, permanecendo ao seu lado durante todo o tempo, simplesmente porque ela não o deixava partir. E ela e seu irmão podem até não lembrar das infinitas horas em que ele os embalou cantando cantigas personalizadas, mas terão os vídeos familiares e os meus depoimentos para refrescar a memória e poder dizer, batendo no peito, que ELE É O CARA!
Para quem é pai e sabe que está deixando um pouquinho a desejar no desempenho do seu papel, saiba que ainda há tempo. Pegue seu filho e coloque-se à disposição dele, curta cada segundinho e, daqui a pouco tempo, após fazer a barba e arrumar as malas para sair de casa, ele olhará para você e dirá: “Obrigado por todos os momentos bons que vivemos juntos”.
Feliz dia dos pais!
Beijos da Phoebe
“Eu cuido da minha filha desde o primeiro momento de vida. Troca de fraldas, cuidar do umbigo, olhar as fezes e as melecas, tudo que diz respeito à minha filha tento interagir ao máximo possível, pois é uma experiência que não se repete e nunca mais terei outra chance. (…) No fim de tudo, o relacionamento que busco com a minha filha é aquele não tive a chance de viver com meu pai. Por motivos diversos não vivemos junto durante os primeiros anos, e até a juventude nunca houve uma grande cumplicidade. Por coisas que só Deus explica, hoje ele não está mais entre nós e sinto não ter falado o quanto o amava e admirava. O passado não posso alterar então quero ser o melhor para minha filha, para que ela ensine aos seus filhos e faça deste lugar um mundo melhor.” Erick Santos, por e-mail, em comentário sobre o Monacast 71.
10 de agosto de 2009 às 19:17
Phoebe…
Estou arrepiada.
Também tive um pai assim, e desejo muito que se vier a ter filhos possa dar a eles um como o meu.
Saudades do meu pai.
Cris
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27 de setembro de 2009 às 13:40
Amiga… Que lindo! Estou emocionada!
Beijos
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3 de março de 2010 às 22:19
Lindo post!
Faz tempo que ouço o Monacast e leio o blog, mas este é meu primeiro comentário.
Ainda sou jovem pra ser pai (tá bom, nem tanto assim, tenho 21) mas tenho certeza que, quando chegar a hora (e espero que isso aconteça mais de uma vez) serei um pai-modelo, bem ao estilo desse post. A verdade é que tenho um medo gigantesco de não conseguir ser esse pai-modelo.
E por que eu tô escrevendo isso aqui? Porque vocês são as responsáveis por eu passar a pensar assim. Vocês me fizeram ver que não posso me contentar em ser só um pai igual ao que meu pai é. É como uma corrida com revezamento, como se tudo o que meu pai fez pra tentar se aproximar à perfeição fosse me passado num bastão e eu precisasse progredir com esse bastão, melhorar, evoluir para, no futuro, passá-lo aos meus filhos, para que eles possam fazer o mesmo.
Muito obrigado!
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