Porque fazer humor e podcast é uma arte
































Categoria: Sofá da Mona


Meus Velhos Carnavais


Autor: Eubalena ~ 9 de março de 2011. Categorias: Sofá da Mona.

Nunca me animei com Carnaval. É um fato. Nunca gostei de ninguém me dizendo o que e quando sentir qualquer coisa. Assim, se me sentir no clima posso sambar até cair em pleno agosto sem nenhum problema.

Mas não sou assim tão excêntrica, tão “do contra” (nome dado pela maioria para quem não concorda com ela). Mesmo detestando Carnaval e sua alegria produzida pelo mix from hell a) química (preencha sua substância lícita ou ilícita aqui) + b) zilhões de decibéis, guardo em mim uma certa saudade de atrações altamente educativas que eram transmitidas pela TV brasileira nos áureos tempos em que os televisores precisavam esquentar para “pegar bem”.

Embora não tenha encontrado registro em vídeo (se alguém tiver, põe no youtube, please?), morro de saudades de assistir aos CONCURSOS DE FANTASIAS DE LUXO que rolavam nas tardes de Carnaval. As disputas rolavam em clubes, em salões de baile com aquele chão de tacos de madeira escuros e encerados, lustres de gosto duvidoso pendendo do teto. Como jurados, (como diriam Sra. Jovem Nerd e Portuguesa) pessoinhas “meu amor” da alta sociedade, ilustres desconhecidos do grande público (mas influentes naquele microcosmo) e/ou subcelebridades.

Quando ainda nem se falava em exploração infantil e esse tal de ECA, lá estavam os concursos de fantasia na vanguarda, proporcionando desidratação, assaduras e vexame para toda uma geração de infantes. Quanto maior, mais cara, mais over e mais desconfortável a fantasia, melhor. A idéia era transformar a criança em uma espécie de carro alegórico humano. Bons tempos…

Socorro, minha mãe me obrigou!

Mas o clímax era a parte adulta (oi?) do concurso. E a entrada (triunfal) de Clóvis Bornay. Sim, ele era “O” cara. E o que eu mais gostava na transmissão desses eventos era o tratamento dado aos participantes e à coisa toda: assunto mais importante do mundo ever. Ditadura? Inflamação? Cura do câncer? Nada era mais importante que noticiar que Clóvis estava sem respirar para usar o espartilho de 25 kg com pedrarias de milhões de cruzeiros (sim, falei que era antigamente!). Curiosamente, tive um professor de história da arte no colégio que era quase sósia de Clóvis (mas não era o próprio, infelizmente, caso contrário teríamos nos divertido muito mais!).

Clóvis Bornay: “o” cara das fantasias de luxo

Concursos de Fantasia de Luxo eram momentos educativos também. Temas como mitologia, folclore, natureza, bichos em extinção, vultos e fatos históricos… TUDO poderia virar uma fantasia com um nome criativo. Publicitários deveriam estudar essa composição de nomes de fantasias de carnaval: “A fênix em seu esplendor pós-ressurreição”; “O deus dourado – o mico leão reina na mata das índias albinas da Amazônia”; “Perséfone e Hades nos portais dourados do inferno- o mar de dor de Deméter”.

As categorias premiadas eram quatro: Luxo Masculino, Luxo Feminino, Originalidade Masculina e Originalidade Feminina. Bem, qual a diferença entre elas? E importa? As crianças também eram premiadas. Para completar o combo vexame+dor+sentimento de fracasso para os pequenos perdedores, nada de dar troféu e medalha para todos. Vencedores eram vencedores. Perdedores eram perdedores, devidamente excluídos e ignorados (e depois não sabem dizer porque alguns cresceram revoltados!).


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Palpites para o Oscar 2011


Autor: Mafalda ~ 27 de fevereiro de 2011. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.

Hoje é o dia da entrega do Oscar. Com tudo o que foi falado e depois de ter assistido a todos os filmes indicados, já dá para arriscar alguns palpites sobre as chances que cada um tem de levar o prêmio de melhor filme.

Os 10 que concorrem ao prêmio são A Rede Social, Bravura Indômita, A Origem, Toy Story 3, O Discurso do Rei, Cisne Negro, 127 Horas, O Vencedor, Minhas Mães e Meu Pai e Inverno da Alma. Entre eles temos drama, biografia, faroeste, ficção científica, suspense e animação, enfim, vários tipos de filmes diferentes, que agradam a diversos tipos de público.

Com 10 indicados, temos aqueles filmes que estão na lista apenas para fazer número. Penso que Inverno da Alma, Minhas Mães e Meu Pai e 127 Horas dificilmente estariam entre os indicados a melhor filme na época em que eram apenas 5. Não são filmes ruins, mas são os mais fracos entre os 10.

Bravura Indômita é a refilmagem de um faroeste de 1969. O filme, dirigido pelos Irmãos Coen, é interessante e conta com as ótimas atuações de Jeff Bridges e da jovem Hailee Steinfeld. Talvez se os Coen não tivessem levado o Oscar há 3 anos, por Onde Os Fracos Não Têm Vez, ele estivesse mais bem cotado. Não acho que tenha grandes chances de levar o prêmio.

A Origem foi um dos filmes mais comentados de 2010. Quando saiu, gerou horas e horas de discussões pela sua trama cheia de detalhes e, principalmente, pelas dúvidas que coloca na cabeça dos espectadores. Tem a grande desvantagem de ser um misto de ação com ficção científica, tipos de filme que quase nunca (ou nunca) ganham o Oscar. Além disso, foi lançado fora de época, nas férias de verão nos EUA, enquanto os “filmes de Oscar” acabam saindo mais próximos ao final do ano, para estarem frescos na memória de quem vai votar. Seria uma vitória muito interessante, mas bem improvável.

O Vencedor é o típico “filme de Oscar”, baseado em história real, mostra dificuldades e superação, tem drama familiar e uma pessoa destruída pelas drogas. No entanto, para mim, é um dos filmes menos memoráveis entre os indicados. Tem um roteiro muito simples. Acaba valendo muito mais pelas atuações de Mark Wahlberg, Amy Adams, Melissa Leo e Christian Bale, que vão, em ordem crescente, de boa a espetacular. Não fica com a estatueta de melhor filme, mas deve conseguir outros prêmios para coleção.

Toy Story 3 foi, para muitos, o grande filme de 2010. Ele é divertido e emocionante, tanto que poucas vezes vi tantas pessoas deixarem a sala de cinema chorando. Só que Toy Story 3 é uma animação e eu duvido muito que algum dia este tipo de filme irá ganhar o prêmio máximo da noite do Oscar. Mas não dá para negar de que seria muito legal se isso acontecesse.

Cisne Negro é o filme do momento. Algumas pessoas odiaram, mas a maioria sai do cinema totalmente hipnotizada pelo drama da garota travada, criada para ser uma estrela do ballet. Os comentários a respeito do filme são apaixonados e na votação que fiz lá no Grandes Filmes ele é o que mais cresce atualmente. Cisne Negro é um suspense que usa a dança como pano de fundo. Enquanto Mila Kunis e Vincent Cassel trabalham como bons coadjuvantes, Natalie Portman brilha. Vi algumas pessoas reclamando que ela está muito chorosa, mas acho que foi na medida certa que a personagem precisava. É um tipo de filme que costuma agradar à Academia, mas tem o ônus de não ter ganho nenhum outro prêmio. Acho difícil que surpreenda.

A Rede Social era o filme que vinha sendo apontado como o principal candidato ao Oscar, mas perdeu um pouco de força com as últimas premiações que elegeram O Discurso do Rei como o melhor filme. O drama de David Fincher, que conta a história do criador do Facebook, é tecnicamente perfeito e agradou ao público. Talvez falte para ele uma grande atuação; os atores principais estão OK, mas não teve aquela interpretação bombástica, coisa que O Discurso do Rei tem de sobra. Ainda é um dos grandes candidatos e tem muita chance de levar a estatueta.

O Discurso do Rei tem tudo o que um filme precisa para ganhar o Oscar: um protagonista desajustado, que não se adequa ao mundo à sua volta, uma história de superação, muito drama, mas com vários momentos irônicos, coadjuvantes interessantes e uma trama que acaba por nos envolver e, por que não, nos bota para cima. Além de tudo isso, tem o fato de também ser baseado em fatos reais, o que gera interesse em saber mais a respeito dos personagens. Mas como disse acima, o que realmente diferencia O Discurso do Rei são as atuações: Colin Firth e Geoffrey Rush dão um show, enquanto Helena-Bonham Carter trabalha muito bem como “atriz de suporte”. O filme ganhou vários prêmios neste começo de ano, não é de duvidar que seja coroado com o Oscar de melhor filme.

E para vocês? Quem leva o Oscar de melhor filme?


Dance pra dar um up!


Autor: Eubalena ~ 23 de fevereiro de 2011. Categorias: Curtindo a Vida, Mona POP, Sofá da Mona.

Calor, excesso de trabalho, volta às aulas, retorno da rotina, fim do horário de verão, grandes desafios pela frente, final de um relacionamento, assédio no trabalho, whatever… Cada um terá seus próprios motivos em qualquer fase do ano para se sentir meio cansado e/ou desanimado. Mas a vida não é como na novela, em que as pessoas vivem pra sentir e ninguém interrompe um pensamento filosófico com a lembrança de que a geladeira está vazia e é preciso ir ao mercado, mesmo sem vontade. A vida real é dura e segue.

Então a gente precisa de alguma coisa pra dar um up. Que seja para rir, para lembrar-se do que de fato importa, que seja pra tomar coragem, pra se inspirar. “Inspirar”… A própria palavra já revela sua importância, pois nos lembra de ar nos pulmões, oxigênio, energia, vida. E dançar, mesmo sem saber é tão bom! Uma vez vencida a timidez inicial na pista de dança ou no anonimato de quartos e salas, nada como soltar a franga dançando. E foi pensando um pouco sobre isso que selecionei algumas (das muitas) cenas que sempre me trazem algo de bom.

Todos nós guardamos um pouco da revolta e indignação adolescente. Impulso de vida. Quem nunca quis sumir em meio ao som bem alto, fugir na letra de uma música ou sair dançando por aí lindamente, dando uma banana para os problemas? É o que lembro quando vejo esta cena de Billy Elliot.

Depois de pegar pesado o dia todo, trabalhando como soldadora (sim, você leu isso mesmo) nossa heroína ia para casa de bicicleta. Chegando em casa, o que fazer para relaxar? Dançar e ensaiar como se não houvesse amanhã! Polainas e esparadrapo nos pés, um péssimo corte de cabelo, uma vida sem escova progressiva e muita atitude! Você fica dias cantando “she´s a maniac..” depois desse vídeo e periga se matricular em uma aula de jazz ou sapateado (uma amiga minha me dizia que essa cena dava ânimo para fazer dieta… rsrs).

E quem nunca sonhou dançar com aquela pessoa especial? Mas nada de bailinhos em garagens ou boatinhas. Nos sonhos a gente dança bem e dá show. A gente abre a pista! Sim, nós sempre causamos. Adoro essa cena do filme “Perfume de Mulher” em que o protagonista (cego) conduz esse tango de parar a respiração…

Um dos filmes que sempre assisto quantas vezes reprisar é “De repente trinta”. Tem coisas fundamentais que sabemos aos treze e esquecemos aos trinta. Uma delas é a capacidade de não ter vergonha (e noção) para nos jogarmos na coreografia daquela música. Irresistível.

E nada como auto-estima, não? Aquela sensação de se sentir bem na própria pele. De ter a coragem de chamar o povo pra dançar na festa da firma, acreditando saber dançar. E curtir. Fechar os olhos e esquecer os olhares chocados e constrangidos. Ninguém sabe se te socorre ou se dança junto… Confesso que adotei o estilo Elaine de dança livre há muito tempo. Desde que a música eletrônica tomou conta do mundo e meus passos old school dos anos 80 e 90 não se encaixavam mais com “músicas” parecidas com sirenes e ruídos de computador.

Na próxima vez que você tiver vergonha de dançar e curtir, lembre-se dessa cena e divirta-se!


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Sempre mais do mesmo


Autor: Mafalda ~ 8 de fevereiro de 2011. Categorias: Sofá da Mona.

Essa coluna é uma reflexão sobre uma situação específica ocorrida no Big Brother Brasil atual (11ª edição). Se você é do tipo de que torce o nariz para BBB, fique tranqüilo(a) . Não é propaganda, nem apologia ao programa. Se ama BBB, fique calmo(a), não engrosso a campanha equivocada que confunde hábito de leitura com o que você assiste na TV. O assunto é sempre mais do mesmo nesse país: o machismo.

Resumo da ópera: Maria “ficou” com Maurício. Os ficantes não pareciam muito apaixonados, especialmente ele. Durou duas semanas, até o cara ser eliminado num paredão. Em sua saída da casa, nenhuma atenção especial dada à Maria. Os abraços apaixonados, entre lágrimas e juras de amor, foram todos com o amigo Diogo (um dos homens mais chatos que passaram pelo programa, aliás). Maurício sempre deixou claro seu envolvimento mal resolvido com uma ex-namorada do lado de fora e nunca falou em namoro com Maria, apenas a convidou para assistir a um show de sua banda. Ponto. Fim.

Maurício saiu, sambou daqui e dali, ouviu de tudo, viu vídeos de strip de Maria na internet, ouviu hipóteses sobre a fonte de renda da moça e foi chamado à horrenda casa de vidro, uma espécie de aquário, onde os excluídos desta edição ficaram expostos, com contato com o público, que elegeu Maurício para  retornar à casa. Nesse meio tempo, chegavam à casa, Wesley e Adriana. Novos BBBs. Wesley, bonitão e educado, bom de papo, paquerou ostensivamente Maria desde sua chegada. Maria mostrou brilho nos olhos que nunca se viu com Maurício. Maria paquerou Wesley, mas o fato é que nada mais aconteceu.

O retorno de Maurício à casa fez eclodir manifestações de um machismo e uma hipocrisia latentes. Em julgamento, posta como ré, Maria. Maria, a Maria Madalena do BBB. Em defesa de Maurício, o canino (em todos os sentidos) Diogo, latindo e mostrando seus dentes para Maria. Todos os homens do confinamento e fora rotularam Maurício como “corno”. Todos o colocaram como uma vítima indefesa, um bastião da dignidade e do caráter do macho brasileiro (estou quase vomitando aqui…). Maria está sendo submetida a um apedrejamento verbal e metafórico por Diogo. Os outros homens, inclusive Maurício, assistem em velada concordância.

Na casa de vidro, expostos como animais de zoológico, amando a exposição e querendo atender a todas as expectativas de populares e telespectadores, os participantes fizeram promessas de retorno heróico ao jogo. Maurício sempre declarou que Maria tinha direito de ser feliz e que não tinham um compromisso. Todavia, Maurício constatou que o povo brasileiro (homens e mulheres) é muito machista e percebeu que prestar-se ao papel de “traído que irá vingar-se” poderá dar-lhe destaque no programa. Talvez. De um programa que premiou um homem misógeno e que declarava absurdos na casa como Marcelo Dourado, não se espera mesmo um cenário de justiça e evolução de pensamento.

A ironia de tudo isso é pensar a situação contrária: Maurício ficando e Maria indo embora. A chegada de uma nova participante, toda gata e “dando mole” para Maurício… Se ele não “ficasse”… Vixi! Os gritos de “frouxo” seriam ouvidos até dentro da casa no Projac! Se “ficasse”, seria erguido nos ombros pela maioria dos que acham ser esse sempre o papel do homem-macho-garanhão. A família brasileira apoiaria. Não foi assim com as cafajestagens “carismáticas” de Alemão? Alguém acha que a reação do público seria outra?

E aí bate aquele desânimo mesmo. Preguiça que me dá frente a mentes estreitas… De ver um púbico predominantemente feminino deixando uma “samambaia” como Rodrigo na casa, até que ele “fique” com a novata Adriana. O rapaz foi Mister alguma coisa e é modelo. Só ouvi sua voz nas votações. Mas a edição mágica da Globo, extrai das cinco palavras que ele falou em dois dias, roteiro de um filme. A Globo não está errada. De olho apenas nos números da audiência, não se presta a nenhum papel que não o de vender o que uma maioria parece querer: a condenação de Maria. A santificação de Maurício. A construção de um novo ídolo (Rodrigão) para novelas e festas de debutantes.

As Marias serão condenadas, apedrejadas e com aprovação das boas famílias. Como assim uma mulher sentir desejo e viver o que quer? Como não se portou como viúva do ficante? Como não se enterrou viva junto com seu faraó morto?

Despeço-me com um trecho do dramaturgo Nelson Rodrigues: “Na hora de odiar, ou de matar, ou de morrer, ou simplesmente de pensar os homens se aglomeram. (…) A opinião unânime está a um milímetro do erro, do equívoco, da iniqüidade. (…) Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”


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Roberto Justus e sua entrevista para Marília Gabriela


Autor: Mafalda ~ 2 de fevereiro de 2011. Categorias: Sofá da Mona.


Fonte da imagem: UOL Televisão – Notícias

Roberto Justus é um empresário milionário e dá palestras para outros, que acreditam que ouví-lo os alçará para o sucesso. Pele clara e cuidada, cabelos grisalhos penteados e fixados com laquê, olhos azuis, sempre com ternos e gravatas impecáveis. Roberto Justus parece nem suar. Cinqüentão, casou-se com jovem bonita. Diz-se viciado em mulher bonita. Justus parece obstinado em vender a imagem e a fórmula do “sucesso”. Mais, Justus cultua a imagem daquele que não conhece o fracasso.

Sua incursão na franquia de O Aprendiz, fazendo as vezes de um Donald Trump mais bem apanhado funcionou bem nas edições do programa. Mas Justus queria mais. Queria ganhar o mundo da televisão. Justus queria cantar também (ele, e apenas ele, acredita em seu talento como cantor). Sua fortuna permitiu-lhe realizar ambos os sonhos. Apresenta um programa de audiência inexpressiva (1 contra 100) e tudo indica que desistiu dos planos iniciais de produzir programas para o SBT (o que gerou uma maré de demissões na emissora).

O “super” Roberto Justus foi entrevistado pela jornalista Marília Gabriela. Os assuntos de sempre, nada bombástico, até porque são colegas de emissora. Mas quando Roberto Justus decide se expressar fora de uma personagem pré-definida, quando resolve sair do script, as pérolas retrógradas, o machismo e o preconceito jorram abundantes. Medo.

Nesta ocasião específica, enveredou-se para seu lado empresário. Aí veio a “pérola”: de acordo com Justus, não se deve contratar uma pessoa acima do peso porque isso é prova de menos inteligência e auto-controle. Segundo o raciocínio de Justus, obesidade é sinal de fraqueza e de menos competência (eu gostaria que ele fosse entrevistado pelo Jô Soares após tais declarações….seria muito educativo).

Hoje, estar acima do peso pode tirar as chances de uma pessoa, mesmo que super capacitada, de conseguir um emprego. Embora nenhum recrutador ou departamento de recursos humanos assuma abertamente, tal discriminação ocorre porque as empresas não querem assumir um empregado com maior chance de se ausentar por motivos médicos. Ou porque não querem associar sua marca a uma pessoa obesa.

Sim, é um mundo escroto, mas certo ou não, ninguém colocou em discussão a inteligência do candidato. Ninguém associou inteligência ao peso. Ninguém afirmou que ser obeso foi uma escolha ou resultado de fraqueza de caráter.

Associar imagem corporal ao desempenho intelectual ou outras habilidades e competências não é invenção de Justus. Num passado recente, tivemos um cara que buscou construir uma nação inteira só com exemplares “perfeitos”- uma nação de arianos bonitos, atléticos, de olhos claros, inteligentes… Parte do plano incluía exterminar os “não perfeitos”. Deficientes físicos, doentes mentais, idosos, homossexuais, ciganos, judeus… Mais de seis milhões de vidas “imperfeitas” viraram cinzas nos céus do império nazista de Hitler.

Não, não acho exagero a lembrança… Negar oportunidades também não é um modo de “matar” uma pessoa? Velada ou declarada, a exclusão injusta de milhares de pessoas incríveis e brilhantes (e acima do peso) está rolando agora em muitas empresas. Em tempos de Big Brother no ar e férias, declarações tacanhas e perigosas (pois influenciam empregadores, que compram as palestras de Justus e querem imitar seu “sucesso”) podem passar despercebidas. Mas sua semente vem sendo plantada…


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PS: Veja também outro abordagem sobre o mesmo assunto Aqui!


BBB whatever


Autor: Mafalda ~ 25 de janeiro de 2011. Categorias: Sofá da Mona.

“Whatever” é a palavra  que mais repito quando assisto trechos do atual BBB.
Rola um papo na internet de que há uma alternância de grau de diversão entre edições pares e ímpares. Acho que a maldição procede. A produção do programa deve estar fazendo reuniões intermináveis para entender onde foi que errou, afinal, seguiu a fórmula padrão.

Pra mim, que sou apenas uma palpiteira, a decadência do programa atual se deve a escolhas erradas dos participantes. Não sei, todavia, quem eram os outros. Os que não foram escolhidos. Será que a safra de candidatos estava mesmo tão sem cor, sem charme e graça assim…

Tenho  ppv do programa, então não há edição pra ajudar. Cena dos primeiros dias, quando tudo se resume a uma espécie de chegada de adolescentes a um acampamento: todos na sala, buscando distrair-se enquanto aguardavam (manutenção externa, entrada ao vivo etc, whatever), resolvem brincar de mímica com nomes de filmes. Quando ouço de uma das participantes que “Parque dos Dissonauros” era muito difícil de adivinhar… senti ventos gélidos oriundos de uma espécie de oco, de vazio…a falta de repertório.

E é aí que noto que a falta de repertório é a lacuna de que todos os participantes trazem em comum. Talvez um ou outro ali tenha um verniz, um pouco mais de estudo e raciocínio lógico, mas só. Falta referência de tudo. Será espelho de uma geração? Será que buscam atingir algum tipo de público com essa turma? Quem é essa turma? Ok, ok, quem seria doido de buscar no BBB algum conteúdo. Mas não é de um programa educativo que falo. Lembro de ri muito com as palhaçadas ditas por Natália e Rafinha, da malicia engraçada da baixinha Priscila, das cafajestagens divertidas de Alemão e seu opositor intrágavel, o Cowboy. Conteúdo zero, mas havia um repertório de alguma coisa: malícia, piadas, graça, cafajestagem, dança. Não há sequer tensão entre os participantes atuais. De nenhum tipo.

Esse está sendo de todos os BBB, o mais descartável. A tendência é que seus candidatos a celebridades serem tragados pelo anonimato com uma velocidade jamais vista…


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Globo de Ouro 2011: Os ganhadores nas categorias de cinema


Autor: Mafalda ~ 17 de janeiro de 2011. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.

O grande vencedor do Globo de Ouro 2011 foi A Rede Social. Provavelmente como um prenúncio do Oscar, o filme de David Fincher levou 4 prêmios, sendo três deles os principais: Melhor Filme – Drama, Direção, Roteiro e Trilha Sonora.


A Rede Social, de David Fincher

Minhas Mães e Meu Pai ganhou os prêmios de melhor Filme – Comédia e Melhor Atriz – Comédia. Já era esperado que este fosse o principal premiado, uma vez que os outros indicados na categoria comédia / musical eram filmes que tinham recebido críticas ruins.
Outro que ganhou dois Globos de Ouro foi O Vencedor, que levou Melhor Ator Coadjuvante (Christian Bale) e Melhor Atriz Coadjuvante (Melissa Leo).

Natalie Portman, por Cisne Negro, Colin Firth, por O Discurso do Rei, Paul Giamatti, por Minha Versão Para o Amor, e Annette Bening, por Minhas Mães e Meu Pai, foram os quatro ganhadores das estatuetas de melhores atores e atrizes.
Os quatro são ótimos. Torci especialmente por Natalie que está espetacular em Cisne Negro.

Toy Story 3 levou Melhor Animação, como também já era esperado. São grandes as chances do filme da Pixar concorrer ao Oscar de Melhor Filme.

A grande decepção da noite foi A Origem, que não ganhou nenhuma das quatro categorias às quais havia sido indicado.

Confira a lista de todos os ganhadores dos prêmios de cinema:

Melhor Filme – Drama
A Rede Social

Melhor Filme – Musical / Comédia
Minhas Mães e Meu Pai

Melhor Ator – Drama
Colin Firth - O Discurso do Rei


Natalie Portman em Cisne Negro

Melhor Atriz – Drama
Natalie Portman - Cisne Negro

Melhor Ator- Musical / Comédia
Paul Giamatti – Minha Versão Para o Amor

Melhor Atriz- Musical / Comédia
Annette Bening - Minhas Mães e Meu Pai

Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale - O Vencedor

Melhor Atriz Coadjuvante
Melissa Leo - O Vencedor

Melhor Diretor
David Fincher - A Rede Social

Melhor Roteiro
Aaron Sorkin - A Rede Social

Melhor Canção Original
“You Haven’t Seen The Last of Me” – Diane Warren - Burlesque

Melhor Trilha Sonora
A Rede Social - Trent Reznor / Atticus Ross

Melhor Animação
Toy Story 3

Melhor Filme em Língua Estrangeira
Em Um Mundo Melhor (Dinamarca)

E agora é esperar pelo Oscar 2011.


Reprises Irresistíveis na TV


Autor: Mafalda ~ 11 de janeiro de 2011. Categorias: Sofá da Mona.

Período de férias, praia, chuvarada… ops! Sim, é isso mesmo! Todo brasileiro que se preze já pegou oito dias de chuva naquelas férias na praia de dez dias, não é? Verdadeira provação da existência, praia com chuva só perde para o combo from hell “praia mais chuva mais crianças”. E se o televisor da casa alugada for aquela maravilha da década de 70, aí só rezando mesmo… Haja baralho e banca de jornal.

Mas por que estou falando disso? Porque nesse período de férias há uma concentração imensa de reprises na TV. Afinal – os programadores pensam – quem estará assistindo TV à tarde nas férias de janeiro? O que nos leva de volta à família com crianças, ilhada pela chuva na casa alugada da praia…

Mas nem tudo está perdido. Prefiro reprise de um bom filme do que um filme inédito ruim. Se passou no cinema, se foi blockbuster ou não, não importa. Ninguém sabe o que torna um filme uma reprise de sucesso. Tem uns filmes aos quais nunca resisto. Quantas vezes reprisarem, eu acabo assistindo. De minha imensa lista de reprises irresistíveis, aqui vão três.

Alguém muito Especial - Este é bem antiguinho (de 1987), mas ainda passa de vez em quando. Era uma época sem recursos: nada de escova progressiva, nada de bom figurino. Os anos 80 foram um território de fortes, inclusive de estômago para usar certos cortes de cabelo e ombreiras do tamanho de travesseiros.

Garota sofre por ser apaixonada pelo melhor amigo que obviamente era apaixonado pela gostosa da escola. O resto você já sabe: Mary Stuart Masterson desencana do amigo/ficante bocó e acaba vivendo um amor platônico (ou não?) pela amiga em Tomates Verdes Fritos.

O Virgem de 40 anos (2005) - Talvez por ter esse espírito meio nerd, meio adolescente, adoro a personagem de Steve Carell. O filme é sempre engraçado, com diálogos ótimos e atuações despretensiosas que se tornaram referências para mim.

As reprises rolam sempre na TV a cabo. Adoro o musical final e fico com a música uma semana na cabeça. Curiosidade macabra: ano passado, o ator Shelley Malil, que interpreta o vendedor Haziz foi condenado à prisão perpétua por tentar matar a namorada com mais de vinte facadas (ela sobreviveu milagrosamente).

Tootsie (1982) – Sydney Pollack arrasando na direção de Dustin Hoffman e Jessica Lange. Não há um único ator meia boca no filme, todos arrasam. Comédia para ver e rever e aprender que filme bom tem roteiro e texto bons. Nem precisa de muito recurso.

Os improvisos da atriz Tootsie na novela ambientada em um hospital são memoráveis, assim como as investidas românticas de dois senhores “contra” ela. Atenção para a música da cena final, uma balada romântica que me faz suspirar até hoje (áudio desse vídeo).


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Lembra de Tron – Uma Odisséia Eletrônica?


Autor: Mafalda ~ 4 de janeiro de 2011. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.

Você assistiu Tron – Uma Odisséia Eletrônica? Não? Você não está sozinho nessa. Tenho conversado com muita gente a respeito de Tron – O Legado e foram poucas as pessoas que viram o filme de 1982 nos cinemas, outras dizem ter visto o filme na TV, mas admitem que não se lembram muito de sua trama.

A primeira parte de Tron, dirigida por Steven Lisberger, foi um dos filmes mais comentados da época por ser o primeiro a usar a computação gráfica em grande escala. Quase todo o filme se passava em um mundo virtual, que simulava o interior de uma grande (e maligna) rede de computadores.
Apesar de toda a divulgação e do hype gerado (eu tinha 5 anos e ainda lembro dos meus primos mais velhos comentando sobre o filme), Tron acabou sendo um relativo fracasso da Disney: custou cerca de U$ 17 milhões e arrecadou U$ 33 milhões nos EUA, lucro abaixo do esperado (no mesmo ano, E.T. custou cerca de U$ 10 milhões e arrecadou U$ 435 milhões, apenas nos EUA).

As críticas também não ajudaram. Para a maioria dos comentaristas, Tron possuía um roteiro infantilóide, só valendo pelos efeitos visuais. E nem mesmo os efeitos foram unanimidade, o The New York Times publicou em sua resenha: “Eles são barulhentos, brilhantes e vazios. E são tudo o que este filme tem a oferecer”.

A verdade é que a trama rocambolesca de Tron deixa qualquer pessoa que entenda um pouquinho de computadores de cabelo em pé. Jeff Bridges é Kevin Flynn, um engenheiro de softwares que criou um jogo de arcade muito famoso, mas que teve sua idéia roubada por Ed Dillinger (David Warner), que acabou se tornando o presidente da companhia para a qual eles trabalhavam, a Encom.
Flynn tenta hackear o sistema da Encom, para mostrar ao mundo que foi sacaneado, mas Dillinger instalou um sistema de inteligência artificial que protege a rede, o Programa de Controle Mestre (MCP). Só que o MCP vai se alimentando do conhecimento de outras redes, se tornando cada vez mais poderoso, onipresente e perigoso, ameaçando até mesmo seu criador. Quando Flynn invade a empresa, com a ajuda de um casal de amigos, Alan e Lora, o MCP joga o rapaz para dentro do computador, utilizando uma máquina de tele-transporte que acabou de ser criada.

Uma vez dentro dos computadores, Flynn tem que lidar com softwares bons e maus. Neste mundo virtual, ele conhece Tron, o programa de segurança criado por Alan, que tenta combater o MCP. Como todos os outros programas, Tron é interpretado pelo mesmo ator que faz Alan (Bruce Boxleitner) no mundo real, e é ele que irá ajudar Flynn a combater a tirania do sistema que escraviza a todos.

Visto hoje, Tron – Uma Odisséia Eletrônica tem muito daquela visão mística e ingênua que as pessoas tinham dos computadores até há poucos anos, uma máquina praticamente inacessível para a maioria da população, que pensava e tinha vontade própria. Tudo é muito surreal: o MCP planeja (sozinho) invadir o sistema do Pentágono, as pessoas conversam com o computador (e ele responde em voz alta) e não existe backup, se algo acontece com o programa, ele é destruído.

Mas nada me surpreendeu mais, ao rever o filme esta semana, do que descobrir que Tron é um personagem secundário na trama. Não sei por que eu tinha na mente que Tron era o nome do ambiente virtual onde o Flynn estava preso.

Para ver Tron – O Legado, não é necessário assistir ao primeiro. Algumas coisas aconteceram entre os dois filmes (história que foi contada na HQ Tron: Betrayal, lançada há alguns meses nos EUA). No entanto, quem tiver com Tron – Uma Odisséia Eletrônica na cabeça conseguirá ver diversas referências na continuação, como os atores Bridges e Boxleitner, por exemplo, que voltam aos papéis que fizeram há 28 anos.

Depois de todos estes anos, o Tron de 1982 se tornou cultuado por fãs de ficção científica. Não dá para dizer que ele se tornou um filme melhor com o tempo, mas não podemos negar que foi muito corajoso ao inserir os atores naquele mundo criado por computação.

Vale, ao menos, pela curiosidade.

Fontes consultadas: IMDB e Wikipedia


Teorema Tetétiano para Especiais de Roberto Carlos


Autor: Mafalda ~ 28 de dezembro de 2010. Categorias: Mona POP, Sofá da Mona.

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crédito da imagem: http://arteblog13.blogspot.com/2010_10_01_archive.html

Nove entre dez televisores de mães e avós neste sábado de Natal estavam sintonizadas no especial do Roberto Carlos (a outra casa teve o televisor furtado, porque o ladrão aproveitou a viagem pra praia da família). E sim, mais um ano eu assisti, mais para fazer companhia a minha mãe, ao especial do cantor.

Esse ano, percebi algumas mudanças: show ao vivo na praia de Copacabana, um mar de gente do povão na platéia, uma área VIP (como VIP entenda-se desde a cantora Rosemary- Who?!- até elenco de globais e outras “celebridades”) e cantores de química duvidosa com o dono do palco (que aliás era imenso com mais de 400 m2 ).

Acidente com moto (RC anda de moto?!), dor no joelho (please, sem piadas politicamente incorretas) e um Roberto Carlos sentado num banquinho nitidamente desconfortável, com cara sôfrega e sorriso de analgésico, a cantar ligado no automático. Senti pena. A gente pensa que um cara famoso e milionário como ele faz só o que quer, mas isso é um engano: um batalhão de gente e uma logística de guerra envolvem um show desses, com transmissão ao vivo pela poderosa Globo e cancelamento, só mesmo em caso de morte e olhe lá.

Para alguém como eu, que não se afina com sertanejo nem pagode, a lista de convidados foi desafiadora: Paula Fernandes (que depois descobri ser a cantora de “Quando a chuva passar” da novela “Escrito nas Estrelas”) foi a “revelação-modinha” da vez (juro, eu que temia um Tiririca, fiquei aliviada).

Depois um Bruno e Marrone básico com a música mais malhada do universo (aquela gritaria na praça, etc e tal), Exaltasamba (até com certo charme, confesso) e, cereja do bolo (entenda como quiser), bateria da Beija-Flor, que no Carnaval 2011 terá Roberto Carlos como tema (sambas-enredo têm sobre mim um estranho efeito: eu ouço a primeira frase e simplesmente desligo a mente e saio do corpo – um mecanismo de defesa que desenvolvi frente a coisas que considero absolutamente chatas).

Uma amiga minha tinha uma teoria maluca (porém muito engraçada) de que Roberto Carlos estava morto e que seus especiais de final de ano já estavam todos gravados para até 2020 (não sei o porquê do ano), de certo modo que permitissem a inserção de convidados da moda e até (com recurso de maquiagem) o envelhecimento progressivo do rei.

Pra ela, isso explicaria: o cabelo sempre igual e péssimo dele; o fato de RC nuca mais aparecer no resto do ano; a mesmice da coisa em si e do show; a falta de química e interação robótica de RC com alguns convidados e o fato do especial ser gravado e com platéia de convidados só mostrada com segunda câmera (permitindo ir mudando os artistas e excluindo os então falecidos).

Algumas teorias são mesmo muito melhores que a realidade (entendam: não desejo um RC morto, por favor!). Aliás, sua obra é ímpar nos quesitos abrangência e impacto no cancioneiro popular brasileiro. RC é quase um arquétipo brasileiro!

Mas essa minha amiga era uma eterna adolescente, roqueira-xiita, tão engraçada e querida quanto uma Euba para que possam ter idéia. A teoria era muito engraçada e até futurista, tendo-se em vista que o primeiro dos especiais de RC foi ao ar em 1974 e foi resgatada da memória nesses dias, quando costumo me reunir com antigas amigas da terra natal e a saudade de nossa amiga – sim, ela se foi cedo demais – é partilhada).

A Teté, a mente por trás da teoria, não estava aqui para ver seu teorema ruir (Ou não, pois se fosse confrontada com um show ao vivo, provavelmente ela viria com a idéia de aquele não era o “verdadeiro” RC, mas um sósia ou mesmo um robô…).
Eu ainda prefiro a graça de sua teoria furada, do que o que foi mostrado no “espetáculo” ao vivo, com um rei quase morto e até propaganda política embutida do atual prefeito de uma cidade sitiada pela violência.


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