O pecado nosso de cada dia
Por Phoebe - 8 de outubro de 2008. Categorias: Sem categoria.
Em tempos não muito remotos, cantava-se “a burguesia fede”, como se aí residisse o grande problema do Brasil. Ideologias à parte, eu diria que “a hipocrisia fede”, e acredito que seja esse um dos grandes entraves que nos impedem de ser um país decente.
A corrupção dos políticos sai estampada em manchetes de jornais todos os dias e o povo manifesta sua aparente indignação. Mas o mesmo carinha que reclama da corrupção vai ao mercado com seu carro e o estaciona na vaga de deficientes. Não seria isso um tipo de corrupção também? Você sabe que é errado, ”mas todo mundo faz, então, se não for eu a estacionar aqui, outro esperto virá. Who cares?”!
Nesses momentos eu lembro daquele filme “Um dia de fúria”. Se algum dia eu surtar, com certeza sairei atacando os malandros que fingem reclamar da corrupção, enquanto fazem coisas como:
# estacionar em vagas de deficientes
# ultrapassar o sinal vermelho
# furar filas destinadas a portadores de necessidades especiais
# não devolver aquele brinquedinho que veio por engano na mochila do filho
# encontrar um celular e ficar com ele mesmo sabendo que é possível identificar o dono telefonando para os números mais recentes, afinal, “achado não é roubado”
# roubar ou tentar roubar em votações na internet
Já me imagino o próprio Michael Douglas surtando! Aliás, acredito que uma das soluções seria fazer esse povo passar vergonha toda vez que aprontasse coisas do gênero. Imagina o cara saindo do carro após estacionar na vaga de deficientes, e um monte de gente gritando “Seu desoneeeeeesto, tira esse carro daí agora”, e o segurança vindo pedir que a pessoa se retire do local dizendo “não aceitamos pessoas desonestas em nosso estabelecimento”!
Acho que me empolguei nos meus devaneios!
Beijos da Phoebe – a certinha vingativa!
8 de outubro de 2008 às 9:56
Phoebe séria hoje! E 100% certa!
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 10:24
Muito bom, Phoebe, muito bom!
O problema é realmente esse: quem é desonesto em pouco, será desonesto no muito. E quem é honesto no pouco, será honesto no muito.
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 14:09
Grande Phoebe!! Na hora que vi a imagem, achei que você fosse falar sobre placas absurdas. Adorei o texto!
E quando estivemos em Curitiba, vi um cidadão super folgado estacionar a jamanta do carro dele na vaga de idosos, maior cara de pau.
Muita gente acha que ter caráter e valores é ser mané, infelizmente.
Bjs
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 14:26
Muito bom!
Sou a favor de par uma escopeta na mão da phoebe! uahuaha
Mas falando serio, realmente é horrivel ver o pessoal normal parar em vagas de deficiente ou de idosos.
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 14:58
Eu com uma escopeta na mão??? Não ia dar certo meeesmo! Teria até pena desses caras!
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 15:37
Os politicos são um espelho do povo, entao dá pra ver o tipo de povo que somos, triste isso
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 16:17
Hey Phoebe!
Ótima referência! O que sempre mais me enloqueceu foi sempre constatar que para a maioria os pequenos pecados diários não são problema algum.
É tristíssimo reconhecer que a gente não tem educação ética… que isso que deveria vir de berço, deveria nascer com qualquer cidadão, enquanto vai pra escola, enquanto aprende a ser gente não acontece. E mais triste quando percebo que é como um efeito dominó.
Penso nisso toda vez que um folgado passa pelo acostamento, ultrapassando todos os outros porque se acha no direito de chegar mais rápido. Se julgam mais esperto etc…
Isso é algo que a gente poderia aprender com os tais suecos – que não sabem ginga bonita, mas sabem bastante como seguir regras para que todo mundo se saia bem no final.
um beijo e obrigada pelo texto.
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 20:41
Ótimo texto, Phoebe!
Concordo em gênero, número e grau.
Recentemente, vi num blog um post que se relaciona com o seu. Dá uma olhadinha nele: http://cancerjack.blogspot.com/2008/07/quem-voc-para-me-criticar.html
Além de um questionário com coisas típicas que muito brasileiro costuma se aproveitar quando a chance bate à sua porta, tem um vídeo do CQC muito absurdo. Do policial afanando à cidadã que passa a perna em um cego.
Sabe, eu concordo com seu devaneio. Num dia de fúria, eu também saíria pelas ruas com um taco de baseball batendo em tudo que é malandro desonesto…
- – -
ps: eu fiquei abismado com esse vídeo!!!
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 20:42
Ótimo texto, Phoebe!
Concordo em gênero, número e grau.
Recentemente, vi num blog um post que se relaciona com o seu. Dá uma olhadinha nele: http://cancerjack.blogspot.com/2008/07/quem-voc-para-me-criticar.html
Além de um questionário com coisas típicas que muito brasileiro costuma se aproveitar quando a chance bate à sua porta, tem um vídeo do CQC muito absurdo. Do policial afanando à cidadã que passa a perna em um cego.
Sabe, eu concordo com seu devaneio. Num dia de fúria, eu também saíria pelas ruas com um taco de baseball batendo em tudo que é malandro desonesto…
- – -
ps: eu fiquei abismado o vídeo desse post!!!
[Responder]
8 de outubro de 2008 às 21:00
Ótimo texto.
Não tenho carro, mas algo que me deixa fula da vida é o povo que no trem joga papel de bala, de sorvete, etc.. perla janela. Já vi mães falando pros filhos jogarem pela janela ou mesmo no chão!!.
Eu tenho certeza de que se a criança jogar um papelzinho dentro de casa vai apanhar.. mas na rua pode..
E a criança aprende isso: Temos que ser certos na vida privada, mas na pública podemos ser sujos..
me lembrei de uma propaganda (acho que era anti-privatização):
“vão mandar para a Privada o que é Público”.. com um belo assento sanitário ilustrando a frase
[Responder]
9 de outubro de 2008 às 0:22
Gostei muito do texto Phoebe, concordo que existe uma corrente burra, que acha que o certo é “se dar bem em cima dos outros”, não acho valido, muito menos honesto ou justo, mas vou aproveitar o gancho do assunto e suscitar um questionamento paralelo, e espero que não pré-julguem o que vou escrever ou tirem conclusões erradas: Acontece, que tenho sérios problemas com a questão de concessão de vantagens, repetirei, vantagens! Não estou falando de acessibilidade!
Voltando ao que ia dizendo, tenho sérios problemas quanto às vantagens concedidas a deficientes físicos e afins (o raciocínio pode ser análogo para a questão de cotas raciais), separei minha “rebeldia” em tópicos, aí vai:
1) Fila preferencial aos idosos e deficientes: Engodo! Convenção sem utilidade, se a fila fosse rápida para todos, ninguém precisaria ter acesso preferencial! O direito a atendimento rápido é devido a qualquer pessoa, não é porque tenho 25 anos, que não quero ser atendido logo…
2) Cotas em concursos, provas, empregos e afins: sejam elas devido a cor da pele ou deficiência, vamos ao pensamento rápido, se a vaga do concurso por exemplo é para “digitador”, uma pessoa que não possua uma perna não tem que ter vantagens sobre as outras, pois ambos possuem o necessário para preencher o cargo, se a deficiência não impede a pessoa de realizar o que foi proposto, ela consequentemente não limita as possibilidades de conseguir a vaga… o que deve ser feito é: se o individuo é cego, provas em braile; se tiver baixa acuidade visual, letras maiores, se for paraplégico, dar acesso fácil ao local de prova!
3) Vagas preferenciais em estacionamento: Poxa, o acesso fácil é devido a todos… existem graus diferentes de deficiência, algumas limitam, outras não, algumas com necessidades de cuidado extremo, outras nem tanto. Colocar rampas de acesso, vagas (não preferenciais) para os carros com espaço ampliado para todos os carros, sinalização correta, locais de embarque e desembarque, policiamento… e afins substituem perfeitamente a necessidade de separar um local preferencial.
Tenho muito mais a falar, mas acho que não convém alongar demais… espero que seja entendido corretamente, que não pensem que sou machista, individualista, ou qualquer outro “ista”! Tenho consciência de que os direitos são desiguais para os desiguais e iguais para os iguais, até porque sou advogado, mas o abuso da vantagem é mais nocivo que a desvantagem individual.
Adoro o podcast de vocês e o site!
Beijos
[Responder]
9 de outubro de 2008 às 8:46
Gús e Nilda, adorei os comentários!
Felipe, eu concordo com vc! Sobre a fila preferencial e as vagas especiais, eu acho absolutamente necessárias, até porque eu mesma precisei muito delas durante a gravidez (meus pés inchavam muito e eram praticamente duas patinhas de elefante, era terrível quando tinha que ficar em filas). Mas essa questão de cotas, para mim, só faz aumentar o preconceito com negros e deficientes, além de não ser um sistema eficaz.
Bjs!
[Responder]
9 de outubro de 2008 às 9:27
Gus… tem uma coisa que eu digo sempre, quando o assunto é cotas, filas preferenciais, leis do idoso, menor, mulher..:
Se cumprissem a Constituição deste país, leis especiais para idosos, mulheres, crianças, negros, indios, brancos, azuis e amarelos não seriam necessárias…
[Responder]
11 de outubro de 2008 às 19:26
[...] Achei no Monalisa de Pijamas. [...]
13 de maio de 2009 às 19:02
Galera acho muita sacanagen alguns aspectos varios deficientes fisicos aproveitam dessas leis de forma errada e proveito tenho varios exemplos em meu trabalho uma deficiente faz provas de concurso das duas formas como deficiente e pessoa normal ja que “nao somos diferentes em direito mas sendo” (propria frase da propaganda)ta uma merda isso nao acho certo o que ta acontecendo mas hoje em dia ta chato deficientes ate eles tao botando no nosso rabo pora cheio de privilegios
[Responder]