A dor indizível
Por Mafalda - 2 de agosto de 2011. Categorias: Sofá da Mona.
Michelle é uma das atrizes mais bonitas em atividade. Chega a ser intimidante de tão linda, o que se confirma também em HD. Ashton não fica atrás. Nesse filme parece uma estátua grega com um andar charmosamente desajeitado. Mas não é a beleza do elenco a questão. O tema é a perda. Pior: a perda pela violência, quando lhe arrancam alguém que você ama e, junto com a dor da perda e da saudade, pensar no sofrimento passado pelas vítimas é aterrador.
A personagem de Ashton teve a irmã barbaramente assassinada. A imagem do corpo sem vida e violado ao ser encontrado aparece em vários momentos de reflexão do irmão. Parece repetitivo porque é. Quando perdemos alguém, especialmente pela violência, passamos a ser assombrados por cenas, falas e imagens da pessoa que partiu. Parte natural do luto.
Cada qual em sua busca, os protagonistas acabam se conhecendo nos corredores dos tribunais e desenvolvem um laço forte e apertado pela dor comum. Encontrar alguém que entende de fato sua dor, sua perda, é um achado para quem sofre tanto. Grupos de apoio, terapia, etc são importantes espaços para que se possa falar do indizível. O filme mostra a luta de famílias tentando continuar. Da tentativa de seguir adiante de um jeito ou de outro porque não há escolha a não ser continuar vivo (?).
No Brasil, vida real, um jovem promissor andava a pé em uma calçada na noite paulistana. Foi atropelado por um carro de luxo em alta velocidade. Dentro do carro um casal de namorados, com curso superior, supostamente esclarecidos. O jovem foi levado ao Hospital, mas não resistiu e morreu. As investigações têm revelado que trata de mais uma vítima do combo from hell carro + bebida alcoólica. Sua família buscará justiça nos morosos tribunais brasileiros. Mesmo que “vençam”, que condenem os culpados, os familiares e amigos desse rapaz sabem que nunca mais o verão. A dor excruciante, a saudade e a revolta são inevitáveis. A violência que tira uma vida extingue muitas outras. Nada, absolutamente nada, compensará a perda brutal. Não consigo pensar em dor maior que a perda de um filho, de um(a) irmão(ã) especialmente de forma estúpida. Quando penso em tudo isso, sempre me vem à mente uma frase de uma música do Chico Buarque: “A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”.
Vídeo com trecho legendado do filme
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7 de agosto de 2011 às 11:58
Na minha opinião os atropelamentos em SP estão mostrando como as pessoas estão sem limites. Acham que podem fazer tudo, que estão acima das outras pessoas. Não conseguem se colocar no lugar das pessoas que sofreram as consequencias do que fizeram e tentam fugir da responsabilidade.
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Ju Teófilo Resposta:
agosto 7th, 2011 ás 17:28
@Jack, Tem razão , Jack! Carros cada vez maiores e mais possantes, motoristas irresponsaveis e alcool formam um combo from hell que infelizmente tem tudo para vitmizar ainda mais.
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