As Melhores Coisas do Mundo
Por Eubalena - 5 de abril de 2011. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.
Certo, vamos logo às críticas negativas. Alguns disseram que o filme era muito “certinho” e, de fato, algumas personagens são muito retilíneas, pouco críveis em certos momentos (como a mãe do protagonista por exemplo). Realmente, reconheci na produção Globo toda uma pasteurização da juventude, do jovem, da família e da escola. Herança da estética de Malhação, ainda vigente. Achei o destino do casal protagonista um pouco óbvio e que merecia um tratamento da descoberta romântica maior. Mas releve, sou muito cri cri.
Se você se permitir e tiver coragem, o filme te transporta para sua adolescência. Acha que está velho? Pois a primeira observação interessante que fará é a assustadora semelhança entre os jovens atuais e aqueles que nós fomos. Tá, eles tem internet, Google, celular, videogames mais baratos, péssima música no geral, mas só. Estão lá as mesmas dores e conflitos da fase mais dura e gostosa da vida. O Google não te responde o que dizer quando as palavras faltam na frente de quem você gosta. O celular pode ajudar na aproximação, mas não garante a proximidade. Tempo passado, tempo futuro, crescer em essência será sempre muito parecido, universal. Conquistar o respeito de seus colegas, ser popular, iniciar-se sexualmente, apaixonar-se perdidamente, morrer de amor e sobreviver. Descobrir que certos amigos nunca foram de fato leais. Na juventude, por pior que sejam nossas dores, sequer sonhamos com a crueza e frieza dos fatos que sucederão em nossas vidas adultas.
Mesmo você sendo uma pessoa legal. Ser bacana não te imuniza da dor, mas pode ter dar ferramentas pra sobreviver a ela.
Tem gente que mostra a juventude como uma fase em que aprendemos coisas, valores etc para nossa caminhada na vida. Uma de rosas. Já eu acho que aprendemos a cair. É uma fase de tomar tombo, quase que um atrás do outro. Tempo de viver roxo. Progressivamente somos expostos a um crescente de dor e ansiedade. Talvez um treino básico para os lutos durante a vida e para que saibamos que sobreviver e seguir adiante é preciso. Mesmo nada sendo perfeito, mesmo que você não saiba direito a canção, é preciso ensaiar todo o dia a capacidade de cantá-la.
Não deixe de conferir “As melhores coisas do mundo”. Ele me fez relembrar que precisamos aceitar as pessoas e a vida e que somos mais fortes do que julgamos. E, sim, eu concordo com a opinião do protagonista sobre ser feliz quando adulto: dá muito mais trabalho!
5 de abril de 2011 às 10:51
Eu assisti ontem também e na real, tive muuuita nostalgia da época da Escola e sim, senti-me realmente velhinha até porque a gente nem vê os dias passarem.
Muito boa a produção da Globo, pegou certinho o estilo paulista de se viver, uma maravilha.
Portanto viver é uma tarefa árdua e ser feliz na vida adulta, mais ainda, como bem frisado em seu texto como no filme.
Muito bom.
[Responder]
5 de abril de 2011 às 10:57
Nossa.. vi esse filme semana passada.. Adorei o filme. Tem momentos que podemos relevar alguns defeitos, pois o todo é maior que isto. E acho que foi o caso com este filme. O roteiro é interessante, alguns personagens cativantes, e bons atores, não todos, mas alguns bons. O tema abordado foi bem interessante, a mudança de família e como os jovens reagem a isto. Recomendo a todos.
[Responder]
5 de abril de 2011 às 14:01
Meu irmão viu e adorou, ele tem 15 anos de idade, e disse que se identificou muito com o filme e algumas situações, eu espero assisti-lo essa semana aí volto aqui pra comentar melhor.
[Responder]
5 de abril de 2011 às 21:54
Ju, finalmente um filme que não trata os adolescentes como idiotas! Oh, época dura em qualquer século, estando conectados ou não. Não via uma produção tão boa sobre adolescentes desde o queridíssimo Kevin Arnold (S2). E como as pessoas, mesmo as mais bacanas, podem ser cruéis na adolescência, naquela ânsia de ser aceito a (quase) qualquer preço.
Um beijo
[Responder]