Mike & Molly – ainda não foi desta vez…
Por Mafalda - 23 de novembro de 2010. Categorias: Sofá da Mona.
Serei honesta: vi dois episódios e não estou ansiosa pelo terceiro. Antes que a patrulha do politicamente correto já se assanhe para me atacar, vou logo avisando: a série seria fraca independentemente das medidas de seu elenco. Fiquei pensando no “x” da questão: a idéia de um casal obeso é boa e atual… Então, por que não está funcionando?
A resposta é justamente a monotonia das piadas e situações criadas quase que exclusivamente em torno do peso do casal principal. Eu conheço pessoas gordinhas que são bem resolvidas e felizes e elas não ficam fazendo piadas sobre isso o tempo todo. E não fazem por um motivo óbvio: é muito chato.
Mike & Molly: quantas vezes você agüenta ouvir a mesma piada?
Mike & Molly representaria um passo maior na luta contra o preconceito e a ditadura dos padrões estéticos se não tentasse arrancar piada sobre a obesidade em cada frase. Uma pena. Os atores que encarnam Mike e Molly são ótimos, mas padecem com um roteiro fraco e diálogos pouco naturais. Quase não há tramas secundárias, que podem enriquecer o roteiro. Nos episódios que vi, percebi atuações em um tom muito exagerado do elenco de apoio. A irmã da protagonista em certas cenas supostamente cômicas, mais lembrava uma atriz de teatro infantil amador (nada contra teatro infantil, desde que seja bom). Talvez, a inclusão de atores e atrizes fora do padrão estético em bons papéis signifique muito mais na aceitação da diversidade.
Vide a marcante atriz espanhola Rossy de Palma, que ostenta uma rara feiúra que a torna quase um quadro cubista. Seus papéis nos filmes de Almodóvar poderiam ser feitos por atrizes com outra aparência porque não se apoiavam apenas nisso. O que dizer de Kathy Bates, então? Gordinha desde sempre, sem qualquer atributo físico capaz de despertar inveja, Kathy venceu no universo mais cruel com o diferente: o do cinema. Talento monstruoso, atuações irretocáveis. E daí me lembro de um imenso Marlon Brando em O Poderoso Chefão. Sua obesidade era secundária a outros aspectos da personagem, embora também seja um de seus componentes. E o que dizer dos impagáveis e rechonchudos Eric Stonestreet (Cameron) e Rico Rodriguez (o jovem Manny) do seriado Modern Family (Fox)?
Rico Rodriguez e Eric Stonestreet. Roteiro e bons diálogos pesam mais.
Quando eu penso em Mike & Molly, percebo que tratar um casal de obesos como apenas dois espécimes acima do peso é muito pouco para sustentar uma trama. Porque a vida de todo mundo é muito mais que isso, qualquer que seja sua aparência. A série até teria potencial e graça se não insistisse em patinar na ironia auto-depreciativa.
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23 de novembro de 2010 às 21:05
Oi, Mafalda
Quando anunciaram esse novo seriado, pensei que seria muito legal por fugir dos padrões estéticos a que estamos acostumados. Mas, confesso que não assisti a nenhum episódio. Na verdade, sempre perco a maioria dos programas que quero assistir porque me esqueço. A verdade é que acabo esquecendo da tevê de tanto ouvir certos podcasts.
É a primeira vez que comento por aqui, mas assinei o feed do Monacast. É sensacional mesmo! Me divirto muito com os papos de vocês e dou muita risada com as coisas que a Eubalena fala durante as gravações. Sucesso e vida longa ao Monacast!
Um forte abraço
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Mafalda Resposta:
novembro 24th, 2010 ás 8:23
Oi Max! Obrigada pelo comentário e elogios ao Monacast!
Apareça sempre.
Abraços,
Mafalda
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24 de novembro de 2010 às 8:10
Eu também não assisto porque na propaganda mesmo já ficam com as piadas batidas e constantes sobre peso. Na minha opinião, foi um jeito que o roteirista encontrou para esculachar os gordos.
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Ju Teófilo Resposta:
novembro 24th, 2010 ás 9:15
@Ruz,
Concordo contigo! Parece mais uma tentativa de deixar o diferente num “gueto” do que dar espaço à diversidade estética de modo geral. E vc falou tudo: nas propagandas da série já se percebe o tom escrotizador com as personagens.
Valeu pelos comentarios
Abs
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24 de novembro de 2010 às 8:25
Eu só vi que era com a atriz que fez Girlmore Girls. Achei que seria uma série simpática, até a Ju Teófilo expor sua critica aqui.
Bjs
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Ju Teófilo Resposta:
novembro 24th, 2010 ás 9:16
@Mafalda,
Mafalda, assista um episódio (ou um pedaço de algum episódio) e depois me diz o que achou.
Bjs
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24 de novembro de 2010 às 9:11
Olá!
Gostei muito da matéria!
Porém, ao contrário dos outros comentários, gosto muito da série.
Esterotipada? Sim! Clichê? Sim! Divertida? Sim!
A série já esta no episódio 9 ou 10 nos EUA e eu assisto a todos eles.
É claro que se você analisar pelos 2 primeiros episódios a série é cansativa, porque os atores ainda estão se acostumando com o papel, mas melhora muito!
Recomendo a série, para quem quiser dar uma segunda chance e se divertir!
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Ju Teófilo Resposta:
novembro 24th, 2010 ás 9:18
@Denise,
Denise, minhas opiniões não saõ “engessadas”. Tentarei ver mais episódios e, talvez, mude de idéia.
Valeu pelos comentarios,
Abs
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24 de novembro de 2010 às 11:44
Ótima coluna, Jú.
Ainda não vi essa nova minissérie, mas o Jônatas está baixando para vermos e dar uma opinião. Mas posso recomendar de olhos fechados o Modern Family, pois, fico ansiosa para ver o próximo capítulo.
Revendo o CSI Las Vegas na Rede Record, percebi que o ator Eric Stonestreet (Camaron do Modern Family) participou de alguns episódios. Mas juro que levei um tempo para reconhece-lo, pois o papel dele como Camaron está marcando mais.
Bjs milll
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Ju Teófilo Resposta:
novembro 24th, 2010 ás 15:37
@Áurea Midori,
Aurea, Modern Family é sem dúvida uma das melhore séries dos últimos tempos e atualmente minha favorita. Sim, o Eric arrasa e mereceu o ultimo premio. É ator de primaira categoria.
Acho a inserçao do obeso, do diferente, mais válida num contexto geral do que segmentado como no seriado comentado.
valeu pelos comentarios. Depois fala o que achou!
bjs
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24 de novembro de 2010 às 17:21
Estou assistindo a série e estou gostando. Não me veja como defensor, em alguns momentos também parei e pensei se ela conseguiria ir adiante e ter ao mesmo tempo química o bastante para sustentar a história. Ontem vendo o episódio número 10 percebi que essa tal química está surgindo, tudo bem, eles abusam das piadas sobre gordos e tudo mais, eu sou gordo e minha vida não teve isso em sua volta, mas ainda é algo aceitável.
Acredito que Mike e Molly poderá melhorar quando o casal em si entrar em uma sintonia melhor, quando a intimidade surgir e quando a gente sentir isso. Acho aliás que a série é a primeira a mencionar entre uma cena e outra preconceitos e coisas parecidas, é só olhar o elenco. Temos uma irmã meio vadia, uma mãe pior ainda, uma sogra chata, um amigo que se diz pegador mas mora com a vó, a vó conselheira e molde exato das cantoras de igreja, um cara africano e dois gordos, ou seja, a série é de cabo a rabo voltada para esses tipos exagerados, até o cachorro que poderia ser normal é bizarro.
Como já disse, sou um dos que está gostando dela, acho que tudo vai melhorar, pelo menos foi o que senti nesse último episódio.
Abraços.
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5 de junho de 2011 às 22:14
Eu msm estou gostando, e eu não vejo mau nenhum nas piadas deles, desde que a já respeito ao tema, acho que poderá ser uma das series que vai se destacar ainda.
Vlw e bom seriado
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12 de dezembro de 2013 às 9:27
SÉRIE CHATA DO KRALHO. MATOU O SBT!
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