Modern Family – e você acha sua família louca…
Por Mafalda - 31 de agosto de 2010. Categorias: Sofá da Mona.
A estrutura e as relações familiares sempre renderam assunto para os roteiristas de seriados. A unidade familiar parece funcionar bem para ambientar tramas cômicas e dramáticas. E Modern Family não inova nesse sentido. A fórmula é a mesma, mas o que conquista o espectador é ver como uma família moderna pode ser construída de relações não tradicionais, sem que isso seja fonte de conflitos inesgotáveis. Assim, há a mulher mais jovem (linda e colombiana) casada com o gringo branquelo bem mais velho, que assume o enteado com idade próxima de seus netos (o enteado é uma figura, um garoto gorducho e engraçado que lembra o Russell da animação Up). As crianças e adolescentes recebem um olhar sarcástico (em muitos momentos remetem às tiradas do desenho Family Guy), que motivam muitas gargalhadas. Há o irretocável casal gay, absolutamente aceito e integrado à família, tirando-lhe a aura de vítima. Obviamente que o casal adotou uma menina… chinesa (no melhor estilo Angelina Jolie-Brad Pitt). Os esforços para proporcionar a melhor criação, com preocupação exagerada com as chances e oportunidades de ascensão da criança, são os mesmos que observamos nas desesperadas mães atuais. O interessante da série é descobrir que todos são risíveis. Não há proteção ou politicamente correto. Todos são vistos como seres humanos. Ser velho, imigrante, gordo, gay, homem, mulher, criança, adolescente… O humor é o agente de inclusão e igualdade porque todos provocam risos e identificação. Ninguém é poupado. Digno de nota: o humor e as piadas da série nem sempre são óbvias e é preciso certa bagagem de referências para poder desfrutar de toda sua graça.
Modern Family – e você que pensava que sua família era louca…
A estrutura narrativa da série auxilia no timing do humor. Nessa ótica, a construção da piada é tão importante quanto a piada em si. Entremeando todo o capítulo, observa-se a inserção de pequenas entrevistas, com as personagens se dirigindo à câmera (a exemplo do que se vê em The Office), dando um ar de “documentário” (hoje esse gênero é chamado de mockumentário – mock pode ser entendido como paródia, ou seja, um falso documentário). Outra estratégia é a volta no tempo, com flashbacks que conduzem o espectador ao entendimento da situação presente, aumentando sua comicidade gradativamente até o desfecho. Cada episódio tem duração de 30 minutos e a maioria do elenco é desconhecida para o grande público brasileiro, apesar da presença do eterno “Al Bundy” Ed O’Neill e de Eric Stonestreet, que você talvez reconheça por causa do seriado CSI.
Eric Stonestreet, vencedor do Emmy 2010 de ator coadjuvante pelo impagável Cameron Tucker do casal gay de Modern Family
A série foi criada por Christopher Lloyd e Steven Levitan e nos EUA está na 2ª temporada. Aqui no Brasil, a série é exibida pela FOX que, por motivos que jamais entenderei, passou a dublar tudo o que vê pela frente. Sim, mas não desanime! Modern Family é tão bom que supera até a dublagem (se você não tem TV a cabo, aguarde o lançamento em DVD. Vale a espera!).
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31 de agosto de 2010 às 22:00
Ótimo texto! Adoro Modern Family e fiquei super feliz com suas conquistas no Emmy.
Uma correção: o Christopher Lloyd que é um dos criadores da série não é o mesmo que fez o Doc Brown no famoso Back to the Future. É apenas um homônimo.
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31 de agosto de 2010 às 23:56
Pô, Isabela, depois que eu vi, acredita?
Desculpe o erro, mas existem dois com imdb!
Vou pedir pra corrigir. Obrigada!
Bjs
Ju Teófilo
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1 de setembro de 2010 às 23:09
Adooooooorooooo!!
Comecei assistindo o seriado em inglês, antes de passar aqui no Brasil e me apaixonei, é demais!!!!
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2 de setembro de 2010 às 15:37
Como sempre, pedras na dublagem. Eu, pelo contrário, adorei a dublagem.
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Ju Teófilo Resposta:
setembro 2nd, 2010 ás 23:56
@Bruno,
A dublagem brasileira é uma das mais técnicas do mundo, reconheço. Temos atores ótimos e vozes muito similares, no geral, utilizadas nas dublagens. Mas o fato é que o inglês tem uma série de expressões idiomáticas que nem sempre conservam sua essência quando traduzidas em palavras que se encaixem no tempo da fala (um desafio para a dublagem).
No canal FX há uma alternativa interessante: um horário com versão dublada do desenho Family Guy e em horário alternativo, a versão original com legendas.
Abs
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