Teorema Tetétiano para Especiais de Roberto Carlos
Por Mafalda - 28 de dezembro de 2010. Categorias: Mona POP, Sofá da Mona.
crédito da imagem: http://arteblog13.blogspot.com/2010_10_01_archive.html
Nove entre dez televisores de mães e avós neste sábado de Natal estavam sintonizadas no especial do Roberto Carlos (a outra casa teve o televisor furtado, porque o ladrão aproveitou a viagem pra praia da família). E sim, mais um ano eu assisti, mais para fazer companhia a minha mãe, ao especial do cantor.
Esse ano, percebi algumas mudanças: show ao vivo na praia de Copacabana, um mar de gente do povão na platéia, uma área VIP (como VIP entenda-se desde a cantora Rosemary- Who?!- até elenco de globais e outras “celebridades”) e cantores de química duvidosa com o dono do palco (que aliás era imenso com mais de 400 m2 ).
Acidente com moto (RC anda de moto?!), dor no joelho (please, sem piadas politicamente incorretas) e um Roberto Carlos sentado num banquinho nitidamente desconfortável, com cara sôfrega e sorriso de analgésico, a cantar ligado no automático. Senti pena. A gente pensa que um cara famoso e milionário como ele faz só o que quer, mas isso é um engano: um batalhão de gente e uma logística de guerra envolvem um show desses, com transmissão ao vivo pela poderosa Globo e cancelamento, só mesmo em caso de morte e olhe lá.
Para alguém como eu, que não se afina com sertanejo nem pagode, a lista de convidados foi desafiadora: Paula Fernandes (que depois descobri ser a cantora de “Quando a chuva passar” da novela “Escrito nas Estrelas”) foi a “revelação-modinha” da vez (juro, eu que temia um Tiririca, fiquei aliviada).
Depois um Bruno e Marrone básico com a música mais malhada do universo (aquela gritaria na praça, etc e tal), Exaltasamba (até com certo charme, confesso) e, cereja do bolo (entenda como quiser), bateria da Beija-Flor, que no Carnaval 2011 terá Roberto Carlos como tema (sambas-enredo têm sobre mim um estranho efeito: eu ouço a primeira frase e simplesmente desligo a mente e saio do corpo – um mecanismo de defesa que desenvolvi frente a coisas que considero absolutamente chatas).
Uma amiga minha tinha uma teoria maluca (porém muito engraçada) de que Roberto Carlos estava morto e que seus especiais de final de ano já estavam todos gravados para até 2020 (não sei o porquê do ano), de certo modo que permitissem a inserção de convidados da moda e até (com recurso de maquiagem) o envelhecimento progressivo do rei.
Pra ela, isso explicaria: o cabelo sempre igual e péssimo dele; o fato de RC nuca mais aparecer no resto do ano; a mesmice da coisa em si e do show; a falta de química e interação robótica de RC com alguns convidados e o fato do especial ser gravado e com platéia de convidados só mostrada com segunda câmera (permitindo ir mudando os artistas e excluindo os então falecidos).
Algumas teorias são mesmo muito melhores que a realidade (entendam: não desejo um RC morto, por favor!). Aliás, sua obra é ímpar nos quesitos abrangência e impacto no cancioneiro popular brasileiro. RC é quase um arquétipo brasileiro!
Mas essa minha amiga era uma eterna adolescente, roqueira-xiita, tão engraçada e querida quanto uma Euba para que possam ter idéia. A teoria era muito engraçada e até futurista, tendo-se em vista que o primeiro dos especiais de RC foi ao ar em 1974 e foi resgatada da memória nesses dias, quando costumo me reunir com antigas amigas da terra natal e a saudade de nossa amiga – sim, ela se foi cedo demais – é partilhada).
A Teté, a mente por trás da teoria, não estava aqui para ver seu teorema ruir (Ou não, pois se fosse confrontada com um show ao vivo, provavelmente ela viria com a idéia de aquele não era o “verdadeiro” RC, mas um sósia ou mesmo um robô…).
Eu ainda prefiro a graça de sua teoria furada, do que o que foi mostrado no “espetáculo” ao vivo, com um rei quase morto e até propaganda política embutida do atual prefeito de uma cidade sitiada pela violência.
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28 de dezembro de 2010 às 10:07
Muito boa a teoria da sua amiga!
Me lembra a de uns amigos há uns anos atrás dizendo que o papa João Paulo II já havia morrido e tinha sido substituido por um adróide de modelo avançado. Quando ele morreu dissemos que as baterias haviam se esgotado e o pessoal esqueceu de olhar, ou de que havia dado um curto no robô…
Quanto aos especiais do “Rei”, minhas tias e minha mãe são fanzonas dele, e nem me lembro mais a última vez que vi um delas sentada assistindo a algum especial dele no fim do ano. Pra ver como eles andam interessantes…
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ju teófilo Resposta:
dezembro 28th, 2010 ás 23:07
@Davi Graeff,
rsrsrsrsrs Essa do Joao Paulo II nunca tinha ouvido. Nível Teté de Teoria rsrsrsrs ótima!
Rolava muito desse papo sobre o Paul MacCartney, sabia?
Abs
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29 de dezembro de 2010 às 7:34
Oi, Ju. Neste ano consegui escapar… acho que com o post anterior você conseguiu convencer minha mãe, que nem se interessou em ver o “rei” desta vez… Alívio para mim… Mas vimos “Ana Raio e Zé Trovão” no SBT… Isso sim já está gravado há tempos e não houve mudanças… mas assistimos com saudosismo.
Quanto à teoria da Teté, muito boa mesmo… ela sempre foi à frente do seu tempo, né?
Bjos… espero sua próxima coluna, que adoro!!!!!
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ju teófilo Resposta:
dezembro 29th, 2010 ás 9:29
@Mariana, Oi. Mariana
Sim, a teté foi uma pessoa a frente de qualquer tempo na verdade rsrrs. Temos imensa saudade dela e manter vivas suas histórias é nosso jeito de minimizar um pouco sua falta. Neste dia 01 ela estaria fazendo 37 anos. Sinto falta dos bolos de aniversário que smpre iamos comer no dia 01 na casa de sua mãe. Uns bolos super diferentes, deliciosos, como tudo que serviam em sua casa aliás.
Bem, continue acompanhando a coluna, o Monalisa e o Monacast! EM janeiro o Monalisa comemora 3 anos de vida!
ANa raio e Zé Trovão é uma desas atrações que me intrigam: eu assisto e fico pensando por onde andará toda aquela gente que sumiu…rsrsrs
Bjs
Ju
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