Três coisas que você não sabia sobre festas infantis
Autor: Phoebe ~ 30 de setembro de 2009. Categorias: Cantinho das Monas, Mona em Família.
Bastou nascer o primeiro filho e pronto, as futuras festinhas da criança passam a povoar a mente da mamãe – e, claro, o bolso do papai.
E você só sabe exatamente como funciona o esquema de uma festa infantil depois que tem seus próprios filhos – até porque, convenhamos, solteiros e casais sem filhos só costumam ser convidados quando são parentes do pequeno aniversariante (eu diria “ou quando está sobrando convite”, mas não vou fazer essa maldade, inclusive porque eu também já… bom, deixa pra lá)!
Para iluminar um fósforo no meio dessa escuridão, resolvi contar três coisas que você não sabia sobre festas infantis – e nunca teve a menor vontade de perguntar.
1) Antecipação é a desgraça do negócio.
Meu bebê acabou de completar 3 meses e resolvi ligar para o buffet para já ir sondando o valor da festa de 1 aninho, para eu ir me preparando p$icologicamente. “Eu queria saber quanto vocês estão cobrando por cabeça” (sim, é que nem gado, paga por cabeça). A mocinha do outro lado da linha perguntou para quando seria a festa e eu, pra lá de constrangida, me achando a própria Miss Ansiedade 2009, respondi meio baixinho: “Seria pra 26 de junho de 2010…”. “Hmmmm”, disse a mocinha. “Infelizmente já temos um aniversário agendado para essa data”. COMO ASSIM??? Neguinho tá agendando festa com mais de 9 meses de antecedência? Daqui a pouco a mulherada vai começar a agendar a cesárea no 6o mês de gravidez só para sair do consultório e ir direto ao buffet para reservar a data da festa de 1 ano do filho!
2) Ora, bolas.
Então você descobre que vai ter que deixar os olhos da cara e os dedões dos pés no caixa do buffet para conseguir convidar a família e os amigos mais próximos para a festinha do seu filho e, quando pensa que o pior já passou, a recepcionista pergunta: “Podemos já incluir as bolas?”. Que bolas? “Ué, esse preço estratosférico não incluía tudo, como as bolas, os enfeites e as passagens de avião dos parentes que moram na Índia?”. Nãaaao! Tem as bolas! Aí você diz, “Tá, põe uns 100 balõezinhos ali naquele lugar onde fica o bolo”, e antes que você termine a frase, sente que os 4 funcionários do buffet pararam suas atividades só pra olhar pra sua cara enquanto a recepcionista, constrangida, explica que “Seis mil balões é a quantidade mínima pra enfeitar o buffet. Não é o ideal, o ideal mesmo são doze mil balões, com seis mil dá só pra quebrar o galho”. Tipo, “já que tu és pobre, vamos fazer com essa merreca de seis mil balões mesmo, a gente se vira aqui pra te ajudar”. E dizem as más línguas que todo emergente que se preze sempre coloca no mínimo 15 mil balões nas festas dos filhos, que é pra mostrar que tá podendo. Enfim, você explica pra recepcionista que vai fazer com seis mil mesmo porque é minimalista e acha meio brega esse negócio de muito balão, ela finge que acredita em você e te mostra a conta: “Setenta reais pelo enchimento de cada lote de mil balões, então dá… Quatrocentos e vinte reais, mais três reais o pacotinho de 50 balões, como são seis mil balões, dá… trezentos e sessenta reais, com os quatrocentos e vinte do enchimento, total de setecentos e oitenta reais”! E você sai do buffet com a certeza absoluta de que está carregando nas suas costas o troféu Palhaço do Ano. E, pode apostar, vai passar os próximos cinco anos tendo crises de urticária toda vez que olhar para um maldito balão de festa!
3) Sabe aquela minha prima?
Então você marca com 3 anos de antecedência a festinha de 1 ano do seu filho, vende o carro e a sogra pra pagar a conta e suspira aliviada, achando que o pior já passou. Não, não passou, agora vem a pior parte: a distribuição dos convites. Não que seja ruim rodar a cidade inteira para deixar os convites da festinha, isso é o de menos. A parte trágica do negócio é quando o convidado te atende no portão, abre o convite, diz “Que legal, não vou perder a festa, pode deixar”! E em seguida pergunta “Sabe aquela minha prima? Aqueeeela, você conhece, ela estava em uma festa aqui em casa uns treze anos atrás e eu te apresentei a ela, lembra? Então, é que ela separou há pouco tempo, tadinha, e ela gosta tanto de você… posso chamá-la também?”. Se você diz que sim, a mala sem alça complementa “Então pronto, ela e as três filhas vão adorar rever você”! E não adianta tentar se precaver, por melhores que sejam seus familiares e amigos, com certeza pelo menos um deles faz o tipo “sem-noção” e vai acabar perguntando se pode levar mais um, dois, quatro ou dez convidados. Se você for do tipo “sinceridade na veia”, não vai ter maiores problemas: vai dizer que não, não pode chamar a prima da filha do irmão do fulano, e pronto. Tenho uma amiga que fez isso e não se arrependeu! Ao entregar o convite do seu casamento, a amiga perguntou se poderia levar a irmã e o cunhado e ela respondeu na lata: “Não pode, desculpa! Não tive condições de chamar todo mundo, tive que cortar pessoas que eu realmente gostaria que fossem, então não, não pode levar sua irmã e o namorado dela”. Mas quem é mosca-morta como eu e não tem coragem de dar uma resposta como essa, ferrou!
E por que então nós, pais desiludidos, continuamos a comemorar os aniversários dos nossos filhos até ouvirmos um “pô. mãe, micaço! Vou fazer 15 anos, que mané festinha de Power Rangers, ow?!”. Porque é simplesmente uma delícia preparar com carinho cada detalhe da festinha, sabendo que nada nesse mundo se compara à carinha de felicidade e satisfação dos pequenos naquele que, para eles, é considerado o dia mais especial do ano! E, a bem da verdade, eles estão pouco ligando se é festão em buffet ou festinha na casa da vó, a alegria é a mesma.*
Beijos da Phoebe!
*A autora do texto confessa: prefere mil vezes uma festinha simples na escola a um festão em buffet!