Animais: Bichos no Ano Novo
Autor: Rachel Barbosa ~ 29 de dezembro de 2008. Categorias: animais.
A virada do ano vem aí. Época de festa, comemoração, mas para alguns animais, época de muito sofrimento por causa dos fogos.
Alguns são indiferentes ao barulho, mas a grande maioria sente medo ou mesmo pavor. O que muitos donos nem desconfiam é que contribuíram para esse sentimento se formar. Na primeira vez que ouviu um rojão ou outro estouro qualquer, o filhotinho se assustou. Natural. Aí o dono reagiu ao susto como reagiria com uma criança: pegou o filhotinho e tentou consolá-lo. Com esse gesto, o pequeno entendeu que aquele som era algo a ser temido mesmo, já que o dono o estava segurando e protegendo. Nas outras vezes em que a situação se repetiu, o aprendizado do medo foi reforçado até chegar num ponto sem volta.
O melhor a fazer quando um filhote ouve um estouro é a maior festa, muita comemoração, elogios à atitude destemida do pequeno, sem segurá-lo no colo, por maior que seja a vontade de fazê-lo no momento. A idéia é associar o barulho a algo bom, em vez de associá-lo ao medo. Se o filhote não reagir a estouros, não faça nada. Se ele não está se incomodando, por que você irá se abalar?
E como ficam os animais adultos que já aprenderam a temer os fogos? Isso depende da reação que o peludo demonstra. Se ele apenas sente medo normal, o dono pode fazer um trabalho de dessensibilização durante o ano, preparando-o para o Réveillon. É possível encontrar em alguns pet shops CDs gravados especialmente para essa finalidade. Algumas vezes por semana toque o CD em volume bem baixo – lembre-se que os animais ouvem melhor do que os seres humanos – e, enquanto isso, faça coisas boas com o bichinho: dê comida, petisco, brinque. A idéia é a mesma do filhote, associar os estouros com coisas agradáveis. À medida que ele for descontraindo enquanto ouve o CD, aumente gradativamente o volume e continue a associação com coisas boas. O segredo é ter paciência.
Mas existem animais que não têm apenas medo, têm verdadeira fobia. Nesses casos, o trabalho de dessensibilização pode não ser indicado. Com eles, o jeito é diminuir o contato com o som. Na noite de 31 de dezembro, antes mesmo que os fogos comecem na vizinhança, coloque o peludo no quarto mais silencioso da casa, feche as janelas e a porta, ligue a TV ou o aparelho de som, e não o deixe sozinho. Não deixá-lo sozinho não quer dizer passar a noite agarrado ao bicho, pois dessa forma o dono só aumenta a sensação de que existe mesmo algo muito terrível a ser temido. Apenas faça companhia ao seu animal e permita que ele se aproxime, se quiser. Animais que entram em pânico com fogos não devem jamais ficar em locais dos quais possam fugir – já ouvi a história de um cão que se jogou contra uma janela de vidro na virada do ano –, nem presos a correntes ou guias, pois podem se enforcar.
Em todos os casos, a energia da família é determinante no comportamento do bichinho. Se às 20 horas e família já começa a ficar nervosa, pensando na reação que o peludo terá quando a meia-noite chegar, o sofrimento dele começará mais cedo.
Espero que essas dicas ajudem você e seu peludo a se divertirem bastante no Réveillon.
Feliz 2009!
Rachel Barbosa