Chegadas e Partidas
Autor: Eubalena ~ 20 de abril de 2011. Categorias: Sofá da Mona.
A idéia do programa é simples, mas sua execução complexa para gerar um resultado positivo. O programa que assisti se passou em um aeroporto (não sei se será sempre em aeroporto, acho que sim, talvez não haja clima numa rodoviária). Astrid e equipe, munidos daquele feeling que só bons jornalistas têm, abordam pessoas na área em que elas aguardam os embarques e desembarques. Daí ela flagra uma família inteira esperando o Fulano que está vindo depois de anos fora, aquela saudade e ansiedade do reencontro, a história do Fulano, da família, o que o levou pra longe… Tudo é esmiuçado com leveza e respeito, de um jeito gostoso e agradável, por Astrid. Fica claro o tempo todo que os protagonistas do programa serão os entrevistados e não a entrevistadora. Nada de estrelismo. Astrid se posiciona geralmente num segundo plano quando conversa com os grupos, sai do enquadramento da câmera em alguns momentos até. A prioridade é contar as ricas e surpreendentes histórias daquelas chegadas e partidas.
É curioso perceber o comportamento quase padronizado nas duas plataformas distintas. No embarque, a lente expõe a dor da separação, o choro, o abraço que não quer soltar, a necessidade de ir esmagando o sentimento de vontade de ficar. Mas é aí que vemos a elegância da direção do programa: nada de apelação ou sensacionalismo. Chegar e partir são momentos da vida. Astrid consegue fazer esses retratos sem ampliá-los além do necessário. São tocantes por si só, na dimensão real.
Ao final do programa, fiquei o com sensação do incontável número de pessoas e histórias interessantes e lembrei de uma famosa frase: “A realidade supera qualquer ficção”.
Astrid e sua equipe em gravação de Chegadas e Partidas