Cinema em casa: Os garotos estão de volta (no Telecine)
Autor: Mafalda ~ 11 de julho de 2012. Categorias: MonaCine, Sofá da Mona.
O filme em questão trata de um tema que vem sendo trazido mais recentemente no cinema: os rumos das atuais relações pais-filhos. Os novos arranjos familiares, a ressignificação do conceito “família”. Como o título denuncia, o foco é nas figuras masculinas: o pai (divorciado e viúvo com um filho de cada relação), o filho mais velho (o “abandonado” com a mãe de quem o pai se divorciou para ficar com a mãe do pequeno) e o caçula (o “açúcar” de todas imagens positivas em relação a nação de caçulas está brilhantemente representado. Impossível não se apaixonar e rir da espontaneidade e senso de humor de Artie).
Cliven Owen no papel do imaturo e atribulado pai solteiro, consegue revelar o nascimento do “pai” no famoso jornalista esportivo Joe. Sem spoiler: na cena em que cruza com seu editor chefe na recepção de um hotel e sua atitude a seguir, para mim representa sua decisão de se comprometer em ser um pai. Em selecionar prioridades como um pai… Adoro a interpretação do ator nesse filme em particular.
Resumão: Joe é um jornalista esportivo famosão, que tem que viajar para cobrir torneios etc. Uma esposa campeã de hipismo, linda chique, australiana. Joe tem uma ex-esposa em Londres (com quem ficou seu filho mais velho). Joe tem um filho pequeno com a australiana e mora na Austrália, perto dos avós maternos do pequeno Artie. De repente, câncer, morte da esposa, sofrimento level advanced (eu, que nunca choro, até solucei).
O pai lidando com a viuvez e o filhinho, em meio a tudo isso, ligação da Inglaterra. O mais velho que ir visitá-lo. Está acompanhando? Joe, que nunca cuidou de ninguém – nem de si mesmo – está com uma casa, com um adolescente e um caçula com toda sua energia e demandas de uma criança pequena ainda. Ah, tem o trabalho querendo que ele esteja pessoalmente nos torneios de sempre… E tudo sob o sol australiano.
Filme delicioso, que realmente trata do essencial em nossas vidas. Lindo ver estes homens em várias idades se relacionando, crescendo juntos, notando a falta do feminino em suas vidas, desmoronando e se reconstruindo. Sensível, honesto, humano.
Então, vale ou não vale mais uma estrelinha? Assistam e depois mandem as suas estrelas.