Porque fazer humor e podcast é uma arte

































Coisas que dão medo… na TV


Autor: Mafalda ~ 26 de outubro de 2010. Categorias: Sofá da Mona.

“Medo – me.do.(ê) sm (lat metu) 1. Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa; pavor, susto, terror. 2. Apreensão. 3. Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável. sm pl Gestos ou visagens que causam susto.”
Fui buscar no dicionário só para nomear com exatidão meu sentimento frente a alguns programas no ar atualmente.

5. Betty Abrahão & você (Rede Família)
Está se perguntando: Betty who? De acordo com seu website “Betty Abrahão & Você” é comandado por uma das mais carismáticas, inteligentes e versáteis apresentadoras da TV (A Betty que você não sabe quem é). É reconhecida como uma das mais influentes entrevistadoras do País e está sempre na lista de convidados das melhores festas e eventos do Brasil.”
Só este parágrafo já me causa arrepios… ”mais influentes entrevistadoras do país”? Quem ela tem influenciado? Mas nada contra. Esse programa só está aqui por um único motivo: eu tenho medo da voz de Betty Abrahão! Encha-se de coragem e encare o trecho de vídeo a seguir. Enquanto ouvir, tente fazer o difícil cálculo de quantos maços de cigarro essa simpática senhora deve ter fumado até hoje (Pra tornar tudo mais pavoroso, escolhi um trecho em que Betty conversa com uma sexóloga. Certamente uma das coisas mais broxantes que já assisti). Só os bravos agüentarão chegar ao final deste vídeo.

4. A Fazenda (Record)
Não importa a edição, A Fazenda me assusta. Sempre. Porque é perturbador ver até onde algumas pessoas se expõem, humilham e chafurdam na lama. Até A Fazenda começar, eu tinha até certo apreço por Britto Júnior. Hoje, eu sinto um misto de constrangimento e pavor mesmo. Não consigo me divertir vendo este tipo de programa. A influência negativa, a inversão de valores, a falta de talento e a tosquice mostrada pelos participantes (e pelo apresentador) compõem um cenário infernal para mim. Fiz questão de colocar um trecho com o “ilustre” vencedor da 2ª edição: Dado Dolabella. Sim, esse mesmo que bate em mulher. O público deu 1 milhão de reais pra esse cara. Fala a verdade: dá ou não dá medo pensar nisso?

3. Hipertensão (Rede Globo)
Cresci assistindo “Quem sabe, sabe” na TV Cultura (ah, bons tempos!). Aquilo sim era desafio. Ver X- Games ou esportes tradicionais, isso sim me empolga pela superação. Não vejo sentido num programa como Hipertensão em que candidatos a figurantes de Malhação são desafiados a escabrosidades como a mostrada no vídeo. Isso é superação de que? Para mim parece um concurso de ignorância e tai uma coisa que me assusta sempre. O que me deu mais medo foi saber (não tive coragem de ver) que em um dado episódio o desafio era comer embriões (vivos) de pintinhos. Não é grotesco? Não te assusta a maior emissora aberta transmitir um negócio desses? Não é muita crueldade e desrespeito à vida? Perturbador e revoltante.

2. Pequenas Misses (Discovery Home & Health)
Treinos exaustivos, horas em pé, críticas, punições, horas de maquiagem, escovas, secadores, perucas, tratamentos estéticos, próteses dentárias… aulas de canto, aulas de dança, de postura, de passarela… Rotina de gente grande? Não. De criancinhas, acreditem. É preciso estômago forte e sangue frio para assistir Pequenas Misses. É revoltante e apavorante pensar na vida que essas meninas levam e no que estão aprendendo enquanto têm suas infâncias roubadas. As figuras mais assustadoras dessas séries são as mães. Acredito que todas, sem exceção, sofram de transtornos psiquiátricos. E, embora eu não tenha preconceito, nada me dá tanto medo quanto um doido sem diagnóstico. Ao ver as crianças na passarela, sinto-me antevendo uma lista de vítimas de um pedófilo ou serial killer qualquer. Cereja do bolo da perversão: há desfile com traje de banho nesses concursos (qual seria o propósito?). Ver o olhar embevecido e histérico, com ares de gozo erótico, das mães na platéia e dos próprios jurados me congela de pavor e enoja. E se você pensa que isso é exclusividade de gringo, saiba que também rola no Brasil.

1. Horário Eleitoral (cadeia nacional)
Preciso explicar? O horário eleitoral foi uma escabrosidade neste ano (não que tenha sido melhor nos anos anteriores). O desfile de despreparados e “iscas para votos” foi uma vergonha e fruto de um sistema eleitoral e da própria candidatura falhos. Deste modo, em 2011, graças a mais de 1 milhão de malucos que acharam estar protestando ao votar no senhor “isca de votos” Tiririca, teremos não só o próprio no Congresso, mas também os “içados” por ele: Otoniel Lima (PRB-SP), Vanderlei Siraque (PT-SP) e Protógenes Queiroz (PCdoB) (todos com apenas cerca de 90.000 votos cada). Depois, dê um Google nesses nomes e você vai ver a brincadeira macabra que foi eleger Tiririca. E este não é um caso isolado… infelizmente. Em todo o país pipocaram novos deputados da mesma estirpe que me causam arrepios e mal estar só de pensar (vide os ex-jogadores Bebeto e Romário eleitos no Rio, por exemplo).


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