Comprando pela internet sem cair em golpes
Autor: Phoebe ~ 26 de maio de 2009. Categorias: Cantinho das Monas.
Devido à boa repercussão do post sobre as armadilhas existentes nos contratos de financiamento, resolvi escrever mais alguns posts relacionados ao consumo e os direitos dos consumidores, começando com dicas para quem gosta de comprar pela internet mas tem medo de cair nas mãos de golpistas.
Eu confesso que sempre fui meio kamikaze com relação ao comércio virtual. Antes mesmo de surgirem os grandes portais de compra, como Americanas e Submarino, eu já me aventurava comprando CD´s e livros em sites absolutamente desconhecidos, o que me rendeu uma certa experiência em identificar golpistas.
A maior fogueira que já pulei até hoje foi ao conseguir escapar de um golpe praticado por estelionatários que conseguiram se cadastrar no Buscapé, chegando a ostentar a condição de “loja ouro” (ou seja, uma loja “confiável”). Comprei uma máquina digital e por muito pouco não perdi o dinheiro, graças a uma das dicas que passarei a seguir.
1) Em suas andanças pela internet, você chega até o endereço de uma atraente loja virtual e encontra, por um bom preço, produtos que há muito você vinha procurando. O primeiro passo é investigar os dados de registro desse site – quem o registrou? Pertence a uma pessoa física ou pessoa jurídica? O e-mail de contato indicado no registro confere com o listado no site? Tudo isso você pode verificar em sites que oferecem o serviço “whois”, a exemplo do site Registro.br.
2) Você procurou o serviço “whois” e viu que a Loja de Macumba da Tia Joaninha está registrada em nome de uma tal empresa Macumba & Despachos Inc., com um certo CNPJ n.º 11.111.111/1111-11. Como saber se esse CNPJ existe mesmo e se pertence à tal empresa? É bem simples: basta ir ao site da Receita Federal e consultar o comprovante de CNPJ da loja. Caso o CNPJ indicado exista realmente, no site da Receita você terá acesso ao cadastro da empresa, podendo ver informações como o endereço, ramo de atividade, data de abertura e se a empresa está ativa ou inativa. No caso da Loja de Macumba da Tia Joaninha, você constatou que ela existe há vários anos, comercializa objetos como os que você pretende adquirir e possui sede no endereço informado no site da loja. Então pode ir em frente na sua compra, sabendo que são baixos os riscos de estar lidando com golpistas.
3) Já no caso da loja “Pantufinhas e Pantufetes do Palhaço Macarrão”, você verificou no “whois” que o site está registrado em nome de um tal José Francisco Artur Mateus Inácio de Loyola Abrantes Macarrão, com o CPF n.º 111.111.111-11. Você foi até o site da Receita Federal para consultar o comprovante de CPF do indivíduo, e descobriu que esse número de CPF não existe, ou até existe mas pertence a outra pessoa. Nesse caso, o melhor é desistir da compra e procurar em outra loja virtual os produtos desejados, pois não há como garantir que você esteja lidando com pessoas honestas.
4) Você já verificou todos os dados e pôde ter certeza de que a empresa realmente existe e aparenta ter credibilidade, mas ainda assim está com o pé atrás, sem saber se deve ou não concretizar a compra. Para ficar mais seguro, você pode procurar os serviços de sites que recebem reclamações de consumidores. O que eu mais gosto e recomendo é o Reclame Aqui. Recentemente vi um site que vende fraldas a domicílio e pesquisei no Reclame Aqui para ver se havia queixas de consumidores, tendo encontrado pouquíssimos registros (menos de 7), todos sobre supostos atrasos na entrega, tendo a empresa resolvido todas as pendências registradas no site, demonstrando tratar-se de uma loja confiável. Por outro lado, há 2 anos encontrei no Buscapé uma empresa vendendo a máquina digital que eu queria, por um preço excelente. Comprei através do cartão de crédito e, estranhando a demora na entrega, resolvi pesquisar no Reclame Aqui: decepção total! Havia dezenas de registros de consumidores que compraram objetos caros e não receberam. A loja virtual era, na verdade, uma fachada para a ação de golpistas!
5) Se o produto for caro, é melhor comprar através do cartão de crédito, de preferência em várias prestações, ao invés de pagar o valor à vista através de depósito bancário. Foi apenas em razão dessa cautela que eu não cheguei a perder dinheiro no tal golpe da máquina digital. Ao verificar que a loja estava dando golpes nos clientes, vasculhei a internet atrás de informações sobre os responsáveis, consegui um número de telefone e entrei em contato com eles. Usando meu jeitinho-meigo-de-ser (ham-ram), fui logo com o pé na porta, avisando que se não procedessem ao estorno da compra junto à VISA até as 17hs daquele dia, eu acionaria o Ministério Público, a Polícia e a imprensa. A pessoa do outro lado da linha informou que faria o estorno naquele mesmo momento mas, como eu não acreditei em sua palavra, corri para preparar logo uma petição para dar entrada no Juizado Especial, requerendo liminarmente o cancelamento da cobrança na minha fatura. Nem precisei usar a tal petição porque os caras de fato fizeram o estorno prometido. Quanto aos que pagaram através de depósito bancário, até hoje não receberam o dinheiro de volta - e nem receberão. Quando se compra com cartão de crédito, há a chance de sustar a cobrança das parcelas na Justiça, evitando assim um prejuízo maior.
Em outra oportunidade darei dicas de como comprar com segurança no Mercado Livre.
Boas compras!
Beijos da Phoebe