A Possuída (de clichês)
Autor: Mafalda ~ 22 de maio de 2012. Categorias: Sofá da Mona.
Chamo de “confortáveis” alguns filmes que seguem uma fórmula conhecida, com todos os clichês do mundo, porém bem feitinhos na medida do possível. A Possuída (Telecine Premium) – The New Daughter, (2009) – é um filme de terror nestes moldes. Poderia ser visto até como um catálogo, um pour porrie do simbolismo e das histórias mais conhecidas no gênero.
Temos de tudo um pouco: garota possuída por um espírito atormentado, túmulo indígena, bonequinho vudú modelo indígena, alçapão, escuridão, cientista, babás e um pai assustado, um casa com uma “história” bizarra no passado… A lista é imensa. E não importa. É um filme confortável.
Se um dia nossa querida Euba quiser se arriscar a um filme de terror (sem fechar os olhos), seria um bom começo. Além do mais, devemos admitir que o senhor Kevin Costner frequentou a Academia Paul Newman de envelhecimento. Está de parabéns, um charme! Roteiro, diálogos, música… tudo bem normalzinho e previsível. Filme para TV, mas tudo bem porque às vezes é o que queremos. Não ter que pensar muito, não ter que se assustar muito. Então é isso: A possuída é terror em tom pastel.
O outro modo de assistir A possuída é encarar como uma visão surrealista e simbólica sobre a adolescência e o conflito entre pais e filhos nesse período. A escuridão em que penetra o jovem é a mesma em que se encontra o pai e a mãe no lidar com este adulto em formação. E muitas vezes somos mesmo tomados, possuídos de sentimentos, desejos, medos, euforia, tristeza… Pobres pais, nem o Google dá conta de suas dúvidas.