Mona Pop : Paula Toller
Autor: Eubalena ~ 29 de abril de 2009. Categorias: Mona POP.
Eu gosto muito, muito de música brasileira. Língua portuguesa, gente brasileira cantando. Adoro. E uma das cantoras que sempre ouvi muito é Paula Toller. A moça carioca de sobrenome Amora está hoje com 46 anos e ainda tem a voz de quando comecei a ouvi-la, há vários anos atrás. Não que eu ficasse ouvindo Kid Abelha enlouquecidamente, até porque não é nada espetacular. É bom e ponto. Mas sempre gostei da voz dela. Então quando saiu o primeiro CD solo dela – que, com exceção das faixas Derretendo Satélites e Oito Anos, constituiu-se apenas de regravações – eu o ouvia muito. O disco de 1998 traz regravações com arranjos muito bons, bem pensados, bem trabalhados. E a voz dela, claro. Agora, com a divulgação do DVD Nosso, o primeiro de sua carreira solo, voltei a tê-la no meu dia-a-dia. Não por acaso o nome é um anagrama do disco SóNós, que o originou.
A loira foi criada pelos seus avós e passou a infância ouvindo música erudita e Elis Regina. De rock, o único permitido na casa era Beatles. Com pretensões de se tornar professora de inglês, estudou muito o idioma, além de ter tido aulas de ballet. Já na faculdade (entrou para os cursos de Desenho Industrial e Comunicação Visual da PUC/RJ) acabou viciada em rádio e ouviu muito mais música popular.
“Eu estava em meu quarto. Na sala de visitas, meu namorado e meus avós assistiam TV. Ouvi um som legal e corri para ver o que era. Era a Gang 90 e as Absurdettes cantando ‘Perdidos na Selva’ num festival da Rede Globo. Ninguém percebeu, mas, naquele momento, minha vida mudara completamente e tive certeza de que cantaria aquele tipo de música” – diz ela.
Mesmo depois de estar cantando e compondo pra uma banda de música popular (Kid Abelha), ela ainda estudou canto lírico. Já namorou Leoni e Herbert Vianna, e hoje é casada há mais de 20 anos com Lui Farias, com quem tem seu filho Gabriel, pra quem compôs as músicas Oito Anos e Barcelona 16, do disco SoNós. Gabriel está hoje com 19 anos.
Além disso tudo, Paula Toller ainda tem uma atitude muito boa em relação a toda essa briga de Direitos Autorais e internet. No seu canal oficial do Youtube, ela disponibilizou tudo o que tinha direito, abrindo a possibilidade para qualquer um pegar o código, postar onde quiser e divulgar assim seu trabalho. E, além disso, ainda mantém seu blog.
O melhor é que ela consegue saber qual o repertório que combina com a voz dela. Os sambinhas ficam mais doces e despreocupados quando ela está cantando. Um bom exemplo do que quero dizer é este vídeo, no qual canta E o mundo não se acabou com Sandy Lima. Perceba que a voz de Sandy parece ser pop demais pra cantar samba, enquanto a voz de Toller cai como uma luva na canção. Uma simples escolha de repertório pode elevar ou destruir a carreira de um cantor.
Fica aí minha dica da semana: conheçam a produção solo de Paula Toller. É de qualidade, com certeza.
Luana